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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

OLHAR EM OUTROS MESES!!!!!

Quando você estiver procurando um texto, olhe em outros meses, pois as postagens são feitas , e quando vira o mês elas não mais aparecem!!!!!!
Bons estudos!!!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

GABARITO DO CAPÍTULO 16

O Sudeste da Ásia e os Tigres Asiáticos

Questões de compreensão

1. O espaço agrário no Sudeste Asiático caracteriza-se pelo desenvolvimento de atividades agrícolas, sobretudo da rizicultura. Há um grande predomínio de pequenas propriedades, que utilizam mão-de-obra familiar, além de um intenso aproveitamento do espaço para os cultivos.

2. As culturas são praticadas tanto nas partes mais baixas quanto nas mais altas das encostas das montanhas; porém, nas áreas mais íngremes são construídos terraços destinados ao cultivo. As lavouras também são influenciadas pelo clima da região. As chuvas de monções, de abril a outubro, enchem as várzeas de matéria orgânica e umedecem os terraços, favorecendo o desenvolvimento dos arrozais, que necessitam de umidade e temperaturas elevadas.

3. O aumento da concentração fundiária no Sudeste da Ásia decorre, principalmente, da expansão dos latifúndios monocultores, os quais produzem basicamente para o mercado externo.

4.Tigres Asiáticos é uma expressão utilizada para denominar os países daquele continente que, desde a década de 1970, apresentamaltas taxas de crescimento econômico, ou seja, Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan. A expressão Novos Tigres Asiáticos refer-se aos países do Sudeste Asiático que só mais recentemente iniciaram seus processos de industrialização: Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas.

5. Entre os fatores que proporcionaram um rápido crescimento dos Tigres Asiáticos estão: a existência, nesses países, de mão-de-obra abundante e barata e com nível razoável de escolaridade; a superexploração da mão-de-obra; e a intervenção do Estado na economia através da isenção de impostos e pouco controle sobre o capital externo.

6. A melhoria nas condições de vida nos Tigres Asiáticos pode ser comprovada pela elevação dos padrões de consumo de suas populações, pela queda do analfabetismo, pela elevação da expectativa de vida, etc.

7. As origens da crise dos Tigres Asiáticos está relacionada: ao encarecimento da mão-de-obra no "velhos" Tigres; à diminuição drástica das importações japonesas e norte-americanas; ao crescimento econômico da China, coma abertura de sua economia; ao autoritarismo político de alguns Tigres; e à dependência desses países em relação às nações mais desenvolvidas. O fator que põe em risco a democracia na região é o autorismo político de alguns governos.

8. De maneira geral, o espaço geográfico no Sudeste Asiático caracteriza-se pela existência de grandes contrastes, predominando, em algumas áreas, um baixo nível tecnológico, como ocorre nos países que dependem essencialmente da agricultura. Por outro lado, vários países, como aqueles conhecidos como Tigres Asiáticos, são bem industrializados e, por isso, seus espaços são muito marcados pela preseça de atividades que empregam altas tecnologias.

GABARITOS DOS CAPÍTULOS 7 E 15 DO LIVRO GEOGRAFIA PARA O ENSINO MÉDIO DE DEMÉTRIO MAGNOLI EDITORA ATUAL

CAPÍTULO 7: A ENERGIA E O AQUECIMENTO GLOBAL

O TEXTO

1. a) O aluno deve indicar a substituição de petróleo por carvão quando os preços deste se elevam e o crescimento da economia chinesa baseado no consumo destes recursos.

b) O aluno deve indicar a expansão do consumo de gás por causa das inovações tecnológicas na geração termelétrica e da qualidade ambiental do gás natural, o qual gera menos emissões de gases de estufa.

2. e) A queima de combustíveis fósseis, como derivados do petróleo, ocasiona a emissão do dióxido de carbono.

3. a) O aluno deve explicar que se trata das reservas mais significativas do mundo, capazes de durar quase 80anos se mantidos os atuais volumes de consumo.

b) O aluno deve observar que o crescimento econômico chinês tornou esse país dependente de petróleo importado, sendo as reservas africanas extensas e pouco aproveitadas pelas nações do continente em razão do fraco desenvolvimento industrial. Além disso, outras grandes áreas produtoras, como o Oriente Médio e a Venezuela, abastecem principalmente os mercados da Europa, dos Estados Unidos e do Japão.

4. a) O aluno deve afirmar que se trata de um acordo internacional anexado à Convenção do Clima, que prevê a organização de uma política climática mundial a partir do estabelecimento de metas obrigatórias de cortes de emissões de gases de estufa, segundo o qual os países desenvolvidos contam com duas opções: o corte de suas emissões ou a compra de créditos de emissões.

b) Espera-se que o aluno afirme que o governo dos Estados Unidos considerou o tratado prejudicial aos interesses econômicos do país e criticou a ausência de metas obrigatórias de emnissões para os países em desenvolvimento.

5. São falsas as afirmações a, b, c e e.

a) O Japão não apresenta rios com grande volume de água.

b) A geração termelétrica é predominante em vários grandes produtores de eletricidade de fonte hídrica.

c) O gráfico informa a participação da geração de energia por usinas hidrelétricas e termelétricas no total da produção energética do país. Assim, não se pode inferir dados absolutos sobre a produção de enrgia nesses países com base no gráfico.

e) A energia hidrelétrica no Canadá corresponde a mais da metade da produção total da energia do país.

O CONTEXTO

1. a) O ponto-chave da questão é a inviabilidade econômica da exploração de petróleo encontrado em grandes profundidades, o que determina sua carência econômica, mas não física.

b) Espera-se que o aluno aponte os países do Oriente Médio, em especial a Arábia Saudita, que correspondem aos detentores das reservas mais duradouras de petróleo.

c) Espera-se que o aluno observe que os atuais conflitos políticos no Oriente Médio devem se agravar, já que os Estados Unidos, China e Japão e os países europeus, que dependem de importações regulares de petróleo, têm interesses vitais ligados às grandes áreas produtoras da região.

2. a) O aluno deve indicar os Estados Unidos. A diversificação da importação de petróleo torna o país menos vulnerável à interrupção do abastecimento por parte de um exportador, o que se traduz por uma oferta regular de petróleo para o país.

b) O aluno deve observar que os países da CEI, sob influência russa, são os maiores exportadores de petróleo para a União Européia.

c)Espera-se que o aluno relacione o fato de os países do Oriente Médio serem os maiores exportadores de petróleo para o Japão ao apoio desse país à estabilização do Iraque.

d) O aluno deve indicar os países europeus, já que o petróleo africano possui significativa participação nas importações européias.

3. a) Japão e Coréia do Sul são países de elevado desenvolvimento industrial, que carecem de combustíveis fósseis em seus territórios. Além disso, eles estão distantes das grandes áreas produtoras de gás naturale, portanto, dependem do fornecimento do produto por via marítima.

b) O aluno deve observar que Canadá e Estados Unidos são aliados geopolíticos e são signatários de acordos de livre-comércio. O fornecimento de gás à Europa pela Rússia sofre ameaças de interrupção em razão de seu uso como arma de negociação política com países vizinhos.


CAPÍTULO 15: POLÍTICAS ENERGÉTICAS

O TEXTO

1. a) O aluno deve observar que o consumo elétrico das indústrias no Brasil é intensivo em razão de uma estrutura marcada pela forte presença da metalurgia e dos preços relativamente baixos da energia elétrica.

b) O aluno deve apontar a opção brasileira pelo transporte rodoviário, em que são utilizados combustíveis derivados do petróleo, como a princiapl causa do voraz consumo energético desse setor.

2. O aluno deve observar que uma expressiva parcela da energia produzida no Brasil provém de fontes renováveis, com destaque para a hidreletricidade.

3. a) O aluno deve observar que a hidreletricidade depende de cursos fluviais com forte vazão e relevo em desníveis, onde se possa represar a água.

b) O aluno deve responder que a bacia do Paraná apresenta elevado potencial hidrelétrico e se encontra na região que concentra a maior parte do consumo de eletricidade no país. Além disso, na bacia do Paraná está localizada a usina binacional de Itaipu, respons´pavel por uma significativa parcela da produção energética brasileira.

c) Espera-se que aluno relacione a capacidade instalada à demanda no abastecimento industrial e demográfico, que se distribuem desigualmente pelo país.

d) O aluno deve apontar a usina de Tucuruí.

4. O aluno deve observar que a construção de novas usinas, ou a ampliação da capacidade hidrelétrica das existentes, compromete o abastecimento das cidades ao longo do rio, bem como os projetos de irrigação dessa região.

5. a) Espera-se que o aluno relacione o aumento recente da capacidade instalada em termelétricas à crise elétrica ocorrida no país nop fim da década de 1990 e à oferta de gás natural proveniente da Bolívia.

b) O aluno deve observar que a queima do gás natural traz menos impactos ambientais, porque gera menos liberação de gases de estufa.

c) Espera-se que o aluno aponte as negociações para a exploração do gás natural boliviano pela empresa estatal brasileira Petrobrás.

6. O aluno deve relacionar essa localização à distribuição da população e dos principais centros urbanos do país. Secundariamente, a localização das refinarias relaciona-se à localização dos campos petrolíferos, que se concentram na plataforma continental.

7. a) O aluno deve apontar a primeira crise do petróleo, na década de 1970, ocasião em que os barris atingiram valores bastante elevados.

b) Espera-se que o aluno relacione essa retomada à elevação recente dos preços do petróleo e à crescente preocupação ambiental com as emissões de gases de estufa.


O CONTEXTO

1. Espera-se que o aluno aborde questões como aintegração do território brasileiro, o desenvolvimento econômico associado à construção de obras de infraestrutura energética, seus enormes impactos socioambientais e a necessidade de preservação do domínio amazônico.

2. a) O aluno deve observar que se trata de uma usina gerida pelos governos paraguaio e brasileiro, sendo a venda do excedente paraguaio de enrgia uma das principais fontes de divisas para o país vizinho. Além disso, sua gestão marcou a intensificação da integração política e econômica entre os dois países, que depois se tornaram membros fundadores do Mercosul.

b) O aluno deve afirmar que a frase faz referência às condições naturais (volume e velocidade das águas), que permitem a operação da usina em níveis altíssimos de produção de energia.

3. O ponto central da questão diz respeito não apenas à produção energética, como também à repercussão das pesquisas sobre energia nuclear no desenvolvimento técnico- científico do país.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ECOSSISTEMA DO RIO DE JANEIRO: MANGUEZAL

Os manguezais são ecossistemas em terrenos baixos, costeiros com matéria orgânica em lenta decomposição com salinidade, lama, argila, água, fauna e flora. É uma região de estuário de transição entre o rio e o mar.

Os manguezais estão localizados em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés e áreas abrigadas, como baías, estuários e lagunas. Eles apresentam grande concentração de sais, em função da variação das marés.
Os mangues apresentam vasas lodosas recentes, com baixo teor de oxigênio e alta salinidade, representando um fator limitante para a vida no manguezal. A salinidade tende a desidratar os seres, que precisam de um equilíbrio osmótico. Os seres dos manguezais possuem carapaças, estruturas especiais para suportar a elevada salinidade.
A alta decomposição da matéria orgânica por fungos e bactérias, faz com que o oxigênio seja consumido, tornando esse ambiente anaeróbico, liberando gases como o enxofre e fosfatos, daí o odor forte que ele exala.

A fauna presente nos manguezais são compostas por crustáceos, moluscos, aves e muitas espécies de peixes, que utilizam o manguezal como "berçário". Sua importância é muito grande , pois são importadores de compostos inorgânicos terrestres, produtores e exportadores de matéria orgânica, ou seja, alimentos para muitas espécies aquáticas costeiras.
No manguezal as espécies de vegetação mais encontradas são: o mangue vermelho (Rhizophora Mangle), como da imagem abaixo.

Encontramos também o mangue branco (Laguncularia racemosa) que apresenta raízes respiratórias (pneumatóforos) de menor porte que o mangue preto.

O mangue preto ou siriúba (Avicenia Schaueriana), são árvores de grande porte com pneumatóforos desenvolvidos.
A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa.
As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos sedimentos.
Constitui importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas .

UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DOS MANGUEZAIS

Muitas atividades podem ser desenvolvidas no manguezal sem lhe causar prejuízos ou danos, entre elas:
Pesca esportiva e de subsistência, evitando a sobrepesca, a pesca de pós - larva, juvenis e de fêmeas ovadas.
Cultivo de ostras.
Cultivo de plantas ornamentais (orquídeas e bromélias).
Criação de abelhas para a produção de mel.
Desenvolvimento de atividades turísticas, recreativas, educacionais e pesquisa cientifica.

IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS DE MANGUEZAL

Os principais fatores que causam alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do manguezal são:

Aterro e Desmatamento
Queimadas
Deposição de lixo
Lançamento de esgoto
Lançamentos de efluentes industriais
Dragagens
Construções de marinas
Pesca predatória

PROTEÇÃO LEGAL DOS MANGUEZAIS

O manguezal, ecossistema bem representado ao longo do litoral brasileiro, é considerado, no Brasil, como de preservação permanente, incluído em diversos dispositivos constitucionais (Constituição Federal e Constituições Estaduais) e infraconstitucionais ( leis, decretos, resoluções, convenções). A observação desses instrumentos legais impõe uma série de ordenações do uso e/ou de ações em áreas de manguezal (Schaeffer-Novelli,1994).

Os manguezais são muito importantes!!!! Muitas espécies costeiras precisam desse ecossistema para se alimentar!!!! Vamos conservar!!!!!!!!!!!!!

GABARITO DO CAPÍTULO DE ÁGUAS OCEÂNICAS

Atividades da página 112.

1. Essa questão é pessoal. Podem ser citados a temperatura, a salinidade, alguns dos movimentos das águas e a vida marinha.

2. Esse fato ocorreu devido à ação das marés, movimentos diários de elevação e abaixamento do nível das águas oceânicas, provocadas pelas forças de atração que a Lua e o Sol exercem sobre a Terra.

3. É possível navegar com a ajuda das correntes marítimas porque elas são porções de água que se deslocam em várias direções, percorrendo determinadas trajetórias. Assim, a embarcação pode viajar impulsionada por essas águas.

4. A pesca artesanal apresenta uma produtividade menor porque é praticada com pequenos barcos e equipamentos rudimentares, ao contrário da pesca comercial, feita com embarcações modernas e instrumentos sofisticados, que permitem uma alta produtividade.

5. As águas oceânicas são importantes para o Brasil porque servem como vias de comunicação e transportes, fornecem alimentos, possibilitam o desenvolvimento da pesca, etc.

6. Isso pode ocorrer se as pessoas lançarem poluentes nos cursos d'água localizados no interior do continente, pois os rios carregam esses poluentes até os oceanos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Questões de Geografia Urbana

Pessoal do primeiro ano (102), aí vai as três questões sugeridas para sexta feira (dia 06 de Novembro).

1) Qual é a diferença entre MEGACIDADE e CIDADE GLOBAL? Qual é o papel delas no atual capitalismo informacional?

2) Por que razão a dispersão das atividades econômicas reforça a importância das Cidades Globais?

3) Comente a afirmação: "Nem todas as Cidades Globais são Megacidades e nem todas as Megacidades são Cidades Globais."

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

REDE URBANA


O esquema clássico de rede urbana estrutura-se sobre uma rígida hierarquia funcional. Nessa hierarquia, quanto mais elevada é a classe da cidade, mais especializados e raros são os bens e serviços que ela oferece e mais vasta é a sua região de influência. Em virtude dos custos de deslocamento, as relações externas mais significativas das populações das pequenas cidades se restringem às cidades médias mais próximas.

O esquema atual de rede urbana foi moldado pela intensificação dos fluxos materiais e, principalmente, dos fluxos de informações. Os modernos meios de transporte reduziram os custos de deslocamento e as redes de comunicação contemporâneas diminuíram os custos das trocas simbólicas. Desse modo, todas as cidades, pequenas e médias, adquiriram novas possibilidades de acesso aos bens e serviços característicos das metrópoles nacionais.

domingo, 25 de outubro de 2009

CIDADES GLOBAIS

OBS: INFORMAÇÕES SOBRE AS CIDADES GLOBAIS CLIQUE AQUI

As cidades globais são divididas em três níveis (alfa, beta e gama), de acordo com o poder de polarização de cada uma na economia global.
Quanto maiores a oferta de bens e serviços e a densidade e a qualidade de infraestrutura urbana, maiores são o poder ea influência de uma cidade global. Esses fatores determinam o número de pontos que cada cidade pode obter.
A pontuação máxima é 12, atingida por apenas quatro cidades - Nova York, Tókio, Londres e Paris -, que são os pólos da economia global. Chicago, Frankfurt, Hong Kong, Los Angeles, Milão e Cingapura, que vem logo abaixo, atingiram dez pontos. Essas são as dez cidades com melhor rede de serviços e de infraestrutura, as mais conectadas, portanto as que polarizam a economia mundial e ocupam o topo da hierarquia urbana. Por isso foram classificadas como cidades globais alfa.
As dez seguintes na hierarquia (pontuação de 7 a 9) foram chamadas de cidades globais beta, entre as quais aparece São Paulo, com 8 pontos.
As 35 cidades globais cujo fluxos e oferta de serviços são bem menores em comparação com os dois primeiros grupos foram chamadas de cidades globais gama (pontuação de 4 a 6). Existe ainda uma lista de 66 cidades que caminham para se tornar cidades globais (pontuação de 1 a 3). O Rio de Janeiro é uma delas, com 3 pontos.

OBS: CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA!

TECNOLOGIAS E ESPAÇO GEOGRÁFICO

OBS: GABARITO DO CAPÍTULO 6 DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DO LIVRO GEOGRAFIA DO ENSINO MÉDIO DO AUTOR DEMÉTRIO MAGNOLI (ATUAL EDITORA).

O TEXTO

1. a) O aluno deve relacionar a localização das fábricas têxteis às margens dos rios à utilização de rodas d'água como fonte de energia para os teares hidráulicos.

b) Espera-se que o aluno observe que a máquina a vapor, os teares mecânicos e a siderurgia tinham como ponto em comum o consumo de carvão mineral, o que provocou a instalação das fábricas próximo às bacias carboníferas, pois o transporte ferroviário de carvão tinha custos elevados, que se tornavam proibitivos a distâncias muito longas.

c) O aluno deve indicar que o uso da energia elétrica na movimentação das máquinas e equipamentos libertou a indústria das localizações tradicionais, junto às bacias carboníferas e aos portos.

2. Espera-se que o aluno conclua que o uso do carvão como fonte de energia no transporte marítimo e ferroviário impulsionou a expansão imperial européia na Ásia e na África, com repercussões na unificação do mercado mundial, e possibilitou a implantação de sistemas de agricultura comercial em terras distantes dos portos marítimos e fluviais.

3. a) Espera-se que o aluno contemple, em sua definição de revolução tecnocientífica, o impacto das inovações no campo da informação, da biotecnologia e da produção de energia sobre a organização do espaço geográfico.

b) O aluno deve observar que as redes de comunicação atuais compreendem os avanços da informática, com impactos significativos no funcionamento de diversos setores da economia, como o setor financeiro, a indústria, os sistemas de administração pública e privada, e os serviços de transporte, saúde e educação.

4. O aluno deve afirmar que se trata de conglomerados empresariais que atuam em diversos países., instalando suas unidades de produção a fim de ampliar seu mercado e baratear custos. A maior parte das empresas transnacionais mantém um centro de decisões globais localizado no país sede, para o qual é repatriada uma parte dos lucros obtidos no mundo inteiro.

5. São verdadeiras apenas as afirmações a, b e d. As afirmações c e e são falsas.

c) A localização de unidades de produção em áreas próximas a reservas minerais e carboníferas foi uma necessidade do ciclo do carvão, ao longo do século XIX.

e) A atuação das empresas transnacionais se tornou complexa por causa da "revolução da informação", a qual repercutiu consideravelmente no poder de atuação de tais empresas sobre os mercados.

6. a) É importante que o aluno relacione a maior concentração de sedes de empresas financeiras nas cidades denominadas globais à importância desse setor na fase atual de organização da economia capitalista.

b) O aluno deve apontar a América Latina, a Oceania, a África, o Oriente Médio e o subcontinente indiano como regiões que não abrigam a sede de nenhuma das empresas financeiras. Os países citados no gráfico localizam-se na Europa - Itália (Trieste e Milão), Suécia (Estocolmo), Espanha (Bilbao e Santander), Alemanha (Stuttgart, Munique e Frankfurt), Países Baixos (Utrecht e Amsterdã), Bélgica (Bruxelas), Reino Unido (Edinburgo e Londres), Suíça (Zurique) e França (Paris) -, na Ásia - Japão (Osaka e Tóquio) e China (Pequim) - e na América do Norte - Estados Unidos (Norwalk, Charlotte e Nova York).

O CONTEXTO

1. a) Espera-se que o aluno estabeleça relação entre a valorização empresarial dos lugares e acrescente importância dos meios de comunicação e da informática.

b) O aluno deve apontar, entre outras, as cidades de Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.

2. a) Espera-se que o aluno indique em sua definição de rede a circulação de fluxos de informação e de capital, principalmente, entre diversos pontos do planeta que se conectam pelas redes de comunicação e de transporte.

b) O aluno deve observar que as redes de informação e de comunicação seguem a lógica do capital, o que se traduz por uma desigual distribuição nas diversas regiões do mundo.

3. O objetivo da atividade é propiciar uma reflexão aprofundada sobre as relações políticas e econômicas compreendidas pelas transformações no espaço geográfico mundial. Assim, espera-se que o aluno confronte os interesses econômicos das empresas transnacionais, de atuação mundial, com os relativos aos Estados nacionais.

4. O aluno deve indicar a cidade de Detriot, conhecida como a "capital nacional do automóvel" por abrigar a sede de empresas Ford, General Motors e Chrysler. Sua centralidade na rede de comunicações a torna mais atraente para a localização de um centro de gestão, que necessita dessa infraestrutura para o gerenciamento de suas unidades de produção.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Japão: O Império do Sol Nascente

Do isolamento à modernização

Historicamente, o Japão sempre foi visto como um país isolado dos demais. Isso porque, em meados do século XVII, o clã que governava seu território, temendo o crescimento de influências estrangeiras, proibiu qualquer tipo de contato dos japoneses com o mundo exterior.
Em 1853, os Estados Unidos enviaram ao Japão três navios de guerra para forçar o governo japonês a estabelecer contato com outros países. O acordo comercial proposto foi conseguido em 1854, quando houve a retomada das relações comerciais do Japão com a comunidade intrernacional, dando início ao processo de industrialização japonesa.
Em 1868, teve início no país a chamada era Meijii, cujo governo foi responsável por grandes realizações e pelo desencadeamento do processo de modernização da economia japonesa.
As principais mudanças promovidas pelo novo imperador foram:
  • submissão das províncias ao poder central em substituição ao antigo sistema de feudos;
  • obrigatoriedade do ensino primário a todos (antes, somente os nobres aprendiam a ler e a escrever);
  • aprovação de uma Constituição;
  • estabelecimento dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário;
  • designação do imperador como chefe supremo do país;
  • instituição da imprensa e dos serviços postais;
  • formação dos ZAIBATSUS, conjunto de empresas interligadas do setor produtivo ou financeiro que passaram a controlar a economia do país. Os ZAIBATSUS são considerados a base da industrialização japonesa;
  • transferência da capital de Kyoto para Tókio.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O ESTADO NA ECONOMIA GLOBALIZADA

No sistema capitalista, o Estado sempre desempenhou funções fundamentais à manutenção desse sistema: manter a lei e a ordem, preservar a propriedade privada, resolver conflitos entre grupos sociais e econômicos, defender as fronteiras do país, estabelecer e controlar as regras comerciais e econômicas, estabelecer relações políticas e comerciais com outros Estados. Com algumas variações de país para país, o Estado foi agregando uma série de outras funções, como vemos a seguir:

  • Instalação de empresas estatais, ligadas principalmente ao setor de infra-estrutura, como o siderúrgico e o petroquímico;
  • Construção e manutenção de equipamentos de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, viadutos, portos, aeroportos, usinas e redes de distribuição de energia elétrica etc.);
  • Participação acionária em empresas dos mais variados setores;
  • Investimento em educação, saúde, moradia e pesquisa;
  • Criação do sistema de aposentadorias, pensões e seguro-desemprego;
  • Controle da circulação da moeda;
  • Realização de empréstimos a juros baixos e isenção de impostos para determinados grupos econômicos ou sociais (subsídios);
  • Estabelecimento da taxa de juros, que serve de base para as atividades financeiras, inclusive as bancárias.

Na década de 1980. abriu-se uma nova discussão sobre o papel do Estado, por causa das crises econômico-financeiras existentes em vários países subdesenvolvidos e dos elevados déficits públicos de muitos países. Para os teóricos das organizações financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) e o governo dos EUA, a crise e a nova economia globalizada exigiam um Estado que não interferisse no livre comércio, facilitasse a atuação das grandes empresas, cobrasse menos impostos e reduzisse seus gastos, inclusive nos setores sociais (saúde, educação, moradia, previdência). Essas idéias e propostas foram chamadas de NEOLIBERAIS.

O Estado, na concepção neoliberal, deve intervir pouco na economia, procurando eliminar barreiras ao comércio internacional, atrair investimentos estrangeiros,privatizar empresas públicas, manter o equilíbrio fiscal (diferença entre arrecadação de impostos e gastos) e controlar a inflação. Para os neoliberais, não é papel do Estado extrair petróleo ou minérios, administrar refinarias e siderúrgicas nem participar de qualquer outro tipo de atividade econômica. Cabe ao Estado estimular a pesquisa tecnológica para apoiar a iniciativa privada, assegurar a estabilidade econômica e facilitar o livre funcionamento do mercado. A produção de mercadorias é papel das empresas particulares.

CHINA: “A ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”

A China é hoje um país com dois sistemas econômicos amalgamados por um único sistema político, a ditadura de partido único, que ainda persiste. Os próprios dirigentes chineses definem seu país como uma economia “socialista de mercado”. Que “bicho” é esse? A China é a economia que, ao longo dos anos 90, mais tem crescido no mundo, enquanto a União Soviética, seu modelo inicial, desapareceu. O país já é uma das maiores economias do planeta e cada vez mais o mercado mundial é invadido por produtos made in China. Para entendermos esses fatos, vamos fazer um retrospecto da história do dragão do século XXI.

Apesar da proclamação da República, o país continuou mergulhado no caos político, econômico e social. O poder permanecia fragmentado. Muitas regiões estavam sob o controle de lideranças locais. Pequim controlava apenas uma pequena parte do país e mantinham-se os laços de dependência com as potências estrangeiras.

Foi por essa época que surgiu uma incipiente industrialização, coma a chegada de capitais estrangeiros interessados em aproveitar-se da mão-de-obra muito barata e da abundância de matérias-primas. Começaram a ser instaladas algumas fábricas nas principais cidades do país, com destaque para Xangai. Uma industrialização dependente prosperava muito lentamente na China, que continuava um país de camponeses dominado por estrangeiros. Com a invasão japonesa e a guerra civil, esse incipiente processo de industrialização foi abortado. Já na Primeira Guerra Mundial os japoneses juntaram-se às potências ocidentais e ocuparam a região de Shantung, no nordeste do território chinês.

Entre a intelectualidade chinesa, desiludida com a ideologia liberal e diante da impossibilidade de desenvolvimento dentro de um modelo capitalista dependente, ganharam força as idéias revolucionárias. Além de receber influência da Revolução Russa, essas idéias juntavam-se agora aos sentimentos nacionalista e anticolonial que fez surgir, em 1921, o Partido Comunista Chinês (PCC), tendo como um dos fundadores Mão Tse-Tung, seu futuro líder.

Em 1925, o Kuomintang (Partido Nacional Chinês) passa a ser controlado por Chiang Kai-Shek. Depois de uma breve convivência pacífica, em 1927 o governo nacionalista colocou o PCC na ilegalidade, iniciando uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas que se estenderia, com breves interrupções para combater os japoneses, até o fim da década de 40. Depois de unificar o país, em 1928, Chiang Kai-Shek passou a liderar o Governo Nacional da China com mão de ferro.

Em 1937, os japoneses declararam guerra total contra a China, atacando-a maciçamente. Chegaram a ocupar, próximo do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, pewrto de dois terços do território chinês. Todas as cidades mais importantes do país estavam sob seu controle. Somente nesse curto período de tempo houve um apaziguamento entre comunistas e nacionalistas, empenhados em derrotar os invasores japoneses. Assim, bastou o Japão assinar a sua rendição na Segunda Guerra Mundial para que a guerra civil na China se agravasse seriamente, caminhando para um desfecho definitivo. Depois de 22 anos de guerra civil, com breves interrupções, os comunistas do Exército de Libertação Popular, liderados por Mão Tse-tung, finalmente saíram vitoriosos. Em outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China. O país foi unificado sob o controle dos comunistas, comandados por Mão, então secretário-geral do PCC. Surgia então a China Comunista. Os nacionalistas, comandados por Chiang Kai-Shek, ao se refugiarem na ilha de Formosa, fundaram a República da China Nacionalista, também conhecida como Taiwan.

A CHINA COMUNISTA

A Revolução Chinesa de 1949 foi um grande divisor de águas na história do país, e isso já ficara evidente quando Mão Tse-tung, em discurso feito durante a proclamação da República, afirmou para uma multidão em Pequim: “O povo chinês se levantou (...); ninguém nos insultará novamente”.

Pelo menos no início, até mesmo por falta de opção, a China revolucionária seguiu o modelo político-econômico vigente na extinta União Soviética. Politicamente, com base na ideologia marxista-lininista, implantou-se um regime político centralizado sob o controle do Partido Comunista Chinês, cujo líder máximo era o secretário-geral, Mão Tse-tung. Economicamente, como resultado da coletivização das terras, implantaram-se gradativamente as comunas populares, que seguiam em linhas gerais, o modelo dos KOLKHOZES (Cooperativa agrícola da extinta União Soviética em que o Estado confiou parte das suas terras aos seus membros, com usufruto perpétuo e gratuito, o que os tornava co-proprietários) soviéticoa. O Estado passou a controlar também todas as fábricas e recursos naturais. No entanto, é interessante lembrar que a Revolução Chinesa, diferentemente da Revolução Russa, foi essencialmente camponesa.

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

A China ao seguir o modelo soviético, passa a priorizar investimentos nas indústrias de base, na indústria bélica e em obras de infra-estrutura que sustentassem o processo de industrialização, e o campo?? Apesar de dispor de numoerosa mão-de-obra, de abundantes recursos minerais e fósseis, a industrialização chinesa mostrou-se um grande fracasso, desarticulando totalmente a economia industrial e agrícola do país.

A industrialização chinesa acabou padecendo dos mesmos males do modelo soviético: baixa produtividade, produção insuficiente, baixa qualidade, concentração de capitais no setor armamentista, burocratização, etc.

Além disso, a Revolução Cultural maoísta (1966-1976) acabou por agravar a crise econômica, gerando um verdadeiro caos político. Consistia em um esforço de transformação ideológica contra quem estava questionando seus métodos, além de isolamento econômico em relação ao exterior.

As divergências e as desconfianças entre os líderes dos dois principais países socialistas aumentavam cada vez mais. A China desenvolve bombas nucleares, e a União Soviética não admitia perder a hegemonia nuclear no bloco socialista. Elas rompem seus acordos, e a URSS retira todos os seus assessores e técnicos da China, além de não mais apoiar a China. Esse período foi interessante, pois aproximou a China dos EUA, e Richard Nixon, em 1972, convida a China para participar na ONU, em substituição à Taiwan, tornando-se membro permanente do Conselho de Segurança da entidade.

Em 1979, Mão,falece.Foi substituído por Deng Xiaoping. Com a crítica à Revolução Cultural, os novos donos do poder iniciaram um processo de DESMAOIZAÇÂO na China. Uma nova revolução estava por acontecer!!

A “ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”

O gigante chinês, depois de viver décadas em estado de letargia, à margem do explosivo crescimento econômico de seus vizinhos – os Tigres Asiáticos_, resolveu finalmente acordar. Sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se, a aprtir de 1978, um proceso de regprma econômica no campo e na cidade, paralelamente à abertura da economia chinesa ao exterior. A China buscava segundo Deng: “ integrar a verdade universal do marxismo com a realidade concreta de nosso país(...) e construir um socialismo com peculiaridades chinesas”? Trata-se, na verdade, de uma tentativa de conciliar o processo de abertura econômica ( o estímulo à iniciativa privada, ao capital estrangeiro, à modernização do país) com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de partido único.

Para um país com uma população com mais de um bilhão de habitantes, e aproximadamente 70% camponesa, é natural que as reformas se iniciassem pela agricultura. Foram extintas as comunas popularese, embora a terra continuasse peretencendo ao Estado, cada família poderia cultivá-la como desejasse. Depois de entregar uma parte ao Estado, poderia vender no mercado o restante.

A reforma na agricultura provocou a disseminação da iniciativa privada e do trabalho assalariado no campo, levando a um aumento da renda dos agricultores, inclusive com o surgimento de uma camada de camponeses ricos. Houve também uma expansão do mercado interno, como conseqüente estímulo à economia como um todo.

A partir de 1982, iniciou-se efetivamente o processo de abertura no setor industrial. As indústrias estatais tiveram que se enquadrar à realidade e foram incentivadas a adequar-se aos novos tempos, melhorando a qualidade de seus produtos, abaixando seus preços e ficando atentas à demanda do mercado. Além disso, o governo permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas mistas (joint ventures), atraindo o capital estrangeiro.

A grande virada, porém, veio mesmo com a abertura das ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS em várias provinciais litorâneas. O objetivo fundamental dessas zonas econômicas, espécie e enclaves capitalistas dentro da China, era atrair empresas estrangeiras, que trariam, além de capitais, tecnologia e experiência de gestão empresarial, que faltavam aos chineses.

Como resultado disso tudo, a economia da China cresce a uma taxa média de 9% ao ano. Com certeza, uma das taxas mais altas do mundo.

No plano da economia, a China está seguindo, em linhas gerais, os passos dos Tigres. Aliás, é interessante lembrar que, com exceção da Coréia do Sul, as populações de Taiwan, Hong Kong e Cingapura são compostas basicamente por chineses, o que favorece o fluxo de capitais, informações, pessoas e de uma “cultura capitalista”. Aí está, portanto, a face “tigre” da China, nas zonas econômicas especiais.

O “MILAGRE CHINÊS”

Além da liberalização econômica, o fator fundamental que está atraindo vultosos capitais para a China, notadamente para as ZEEs, é o baixíssimo custo de uma mão-de-obra muito disciplinada e trabalhadora. Aliás, esse é o grande fator de competitividade da indústria chinesa no momento. Nesse sentido, ela está no mesmo patamar dos Tigres há mais ou menos vinte anos. O salário mínimo na China é de 25 dólares por uma jornada de trabalho de 12 horas diárias.

Uma outra face desse “milagre” é o aprofundamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado o aumento das migrações internas, apesar das restrições do governo central.

Assim, com base em uma profunda abertura econômica e nos baixos salários, o MADE IN CHINA invadiu o mundo. No entanto, cada vez mais levantam-se restrições ao país, que constantemente é acusado (até pelo Brasil) da prática de “DUMPING SOCIAL”, ou seja, vende produtos muito baratos, já que superexplora a mão-de-obra, fazendo uma concorrência desleal.

Como conseqüência desse verdadeiro BOOM industrial, a China tem, atualmente, um parque industrial bastante diversificado. No entanto, tem apresentado um crescimento bastante desigual não só territorial, mas também setorialmente.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O trabalho e a terra no espaço rural brasileiro

Atividade da página 64.
Questões de compreensão

1. Pessoal

2. O texto se refere ao problema do êxodo rural, que vem ocorrendo devido às seguintes causasa: a perda da propriedade rural pelos pequenos agricultores, a mecanização das lavouras e a criação do Estatuto do Trabalhador Rural, em 1963, que aumentou os custos dos fazendeiros e levou à dispensa de muitos trabalhadores rurais.

3. Existem diferentes formas de trabalho no campo. As principais são aquelas compostas por mão-de-obra familiar, por posseiros, parceiros, arrendatários ou trabalhadores assalariados temporários.

4. Pelo fato de que o sucesso de uma reforma agrária depende das medidas de apoio e assistência aos trabalhadores rurais, sobretudo aos pequenos proprietários, para que eles não percam novamente as suas terras.

5. Plantio em curvas de nível, a construção de terraços, a preservação e a recuperação da vegetação das margens dos rios e lagos, a preservação da vegetação natural em morros, montanhas e serras.

Análise de ilustração

1. Você precisa falar da questão sobre concentração fundiária.

2. A realização de uma reforma agrária melhoraria as condições de vida de milhares de trabalhadores sem-terra e fazendeiros, aumentaria a produção de alimentos e diminuiria a pressão demográfica sobre as cidades, devido à contenção do êxodo rural.

O espaço geográfico norte-americano

Atividades da página 89
Questões de compreensão

1. O índice relativamente baixo da PEA empregada na indústria norte-americana deve-se principalmente ao avançado estágio tecnológico do setor industrial do país,amplamente dominado pela automação e robotização das linhas de produção, o que diminui a necessidade de mão-de-obra.

2. Embora os Estados Unidos sejam um dos maiores produtores de recursos energéticos e minerais do mundo, a produção desses recursos não é suficiente para suprir o elevado consumo de seu imenso parque industrial; por isso, esse país recorre às importações.

3. Nas últimas décadas, o Nordeste dos Estados Unidos tem enfrentado uma forte crise, gerada por fatores como a produção de aço a custos mais baixos em países subdesenvolvidos industrializados e também a forte concorrência de produtos japoneses, europeus e dos Tigres Asiáticos. O envelhecimento das próprias indústrias e o encarecimento da mão-de-obra também contribuíram para a diminuição da produção industrial no Nordeste dos Estados Unidos. Por outro lado, as regiões Sul e Oeste do país passaram a atrair muitos investimentos, sobretudo aqueles ligados ao desenvolvimento das indústrias de alta tecnologia, como as de informática, telecomunicações, eletrônica, aeroespacial e de química fina. O Sul também se destacou pela expansão da exploração petrolífera, e o Oeste, pela implantação de indústrias armamentistas e de aviação militar.

4. Os grandes avanços tecnológicos que marcaram o desenvolvimento da atividade industrial norte-americana repercutiram diretamente na organização do espaço agrário do país, pois levaram o campo a um intenso processo de modernização, mediante o emprego de máquinas e implementos agrícolas, como tratores, arados, colheitadeiras, fertilizantes e vacinas.

5. A distribuição agropecuária nos Estados Unidos caracteriza-se pela existência de regiões, ou belts (cinturões), especializadas na produção de certos gêneros. O ranching belt, localizado no Centro-Oeste dos Estados Unidos, destaca-se pelo desenvolvimento da pecuária e pela presença de algumas áreas irrigadas. O Wheat belt, que se estende pela porção centro-norte do país, possui grandes monoculturas de trigo. NO cotton belt, área do sudeste dos Estados Unidos, cultuva-se principalmente o algodão. O dairy belt, situado no extremo nordeste do país, destaca-se pela pecuária leiteira e pela policultura, principalmente de hortaliças, frutas e legumes. O corn belt localiza-se na porção centro-leste dos Estados Unidos e destaca-se pela produção de milho associada à criação de suínos.
Outras áreas do país não formam propriamente um cinturão, mas possuem características agropecuárias próprias, como é o caso da porção que se estende do centro ao leste do país, a qual se destaca a policultura, e também do extremo sudeste, onde predominam culturas de clima mais quente, como arroz, cana-de-aç~ucar e frutas cítricas.
Comparando-se os mapas da indústria e da agropecuária nos Estados Unidos, a área do Mnufacturing belt onde se concentram as indústrias e os grandes centros urbanos do país) praticamente coincide com a área do dairy belt (onde a produção agrpopecuária é destinada ao abastecimento das cidades).

6. As semelhanças do processo de modernização do campo norte-americano em relação ao brasileiro reside principalmente na dispensa da mão-de-obra rural, que foi substituída pelas máquinas na medida em que houve a mecanização das propriedades, ocorrendo uma intensa migração de trabalhadores do campo para as cidades. A princial diferença entre esses processos é o fato de que nos Estados Unidos as cidades absorveram de forma razoável o afluxo de trabalhadores do campo, enquanto no Brasil o êxodo rural provocou o crescimento desordenado das cidades.

Estados Unidos: superpotência mundial

Atividades da página 77
Questões de compreensão
1. A variedade climática da América desenvolvida é um dos fatores que proporcionam a existência de formações vegetais bastante diversificadas, como a Tundra e a floresta Temperada nas regiões de clima mais frio, a Savana, a Estepe e a Pradaria nas áreas de clima mais quente, e as formações desérticas nas porções de clima muito seco.

2. A ocupação do território da América desenvolvida foi realizada por meio de colônias de exploraçãoe, sobretudo, por colônias de povoamento. A implantação de colônias de povoamento nos lugares onde os colonizadores tinham o objetivo de se fixar definitivamente foi um dos principais fatores que, mais tarde, colaboraram para que tanto os Estados Unidos quanto o Canadá alcançassem um grande desenvolvimento sócioeconômico.

3. A América desenvolvida foi ocupada por colônias de exploração e por colônias de povoamento. As primeiras se caracterizaram pela intensa exploração da terra e pela pilhagem de recursos naturais, servindo exclusivamente aos interesses das metrópoles. As colônias de povoamento, por sua vez, foi onde os imigrantes colonizadores se fixaram e desenvolveram seus próprios meios de sobrevivência, como a agricultura, o artesanato, a pecuária, etc.

4. A existência de imensas jazidas de carvão e de ferro no Nordeste dos Estados Unidos alavancou o desenvolvimento da atividade industrial na região, sobretudo após a construção das primeiras siderúrgicas e metalúrgicas.

5. A Segunda Guerra Mundial serviu para consolidar ainda mais a emergência dos Estados Unidos como potência econômica mundial. Isso foi propiciado por dois fatores principais: a escassez de produtos nos ´países europeus arrasados pela guerra, o que levou esses países a recorrer às importações norte-americanas, acelerando o crescimento econômico desse país; e a ajuda financeira que os Estados Unidos destinaram à reconstrução dos países europeus, o que contribuiu para que esses países se tornassem mais dependentes da economia norte-americana.

6. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos afirmaram sua hegemonia econômica no mundo, e o dólar norte-americano estava tão valorizado que se tornou a moeda de referência no mercado internacional. Assim, o valor das mercadorias comercializadas entre os países passou a ser definido cooforme a cotação dessa moeda no mercado mundial.

7. Os Estados Unidos interferem no comércio internacional bloqueando a entrada de determinados produtos em seu mercado interno, aplicando sanções econômicas, embargos e bloqueios comerciais aos países que contrariam seus interesses,. etc. Um exemplo disso é o bloqueio comercial a Cuba.

8. Pessoal.

9. Os Estados Unidos fazem intervenções militares e guerras, como as do Golfo (1991), Afeganistão (2001) e Iraque (2003), constroem bases de suas forças armadas em diversos países, etc.

Análise de texto

1. O texto mostra como a cultura norte-americana está difundida no Brasil, principalmente por meio de expressões que estão cada vez mais presentes na linguagem do nosso dia-a-dia, caracterizando a chamada "invasão" cultural norte-americana.

2.Essa invasão é propiciada pelo rádio, pela TV, entre outros. Ela está expressa em músicas, filmes, fachadas de estabelecimentos comerciais, propagandas publicitárias, programas de televisão, entre outros...

3. O texto apresenta a posição daqueles que consideram natural a influência de uma cultura sobre a outra, já que vivemos num mundo globalizado. Para outras pessoas, porém, o uso exagerado de expressões estrangeiras faz a língua portuguesa sofrer de "falta de personalidade".

4. Pessoal - músicas norte-americanas de grande sucesso, filmes, hábitos como fast food, delivery etc...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

GABARITO DOS EXERCÍCIOS DA PÁGINA 122

capítulo 11 - AS RAÍZES DO SUBDESENVOLVIMENTO AFRICANO

OBS: SOMENTE RESPOSTAS.

1. A grande diversidade de ambientes naturais na África deve-se, em grande parte, à sua posição geográfica. A África possui terras localizadas nas zonas temperadas do sul e do norte; no entanto, é o único continente do planeta que tem a maior parte de seu território localizada na zona tropical.

2. Entre as diferenças, podemos citar a população predominantemente de religião islâmica e de língua árabe, na àfrica Islâmica, enquanto na África Subsaariana predominam religiões animistas e a população de origem étnica negra. As características que tornam essas regiões semelhantes, assim como os níveis de subdesenvolvimento extremamante acentuados na maioria de seus países.

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA ECONOMIA NORTE-AMERICANA

  • CENTRO DO CAPITALISMO MUNDIAL
  • SUPERPOTÊNCIA ECONÔMICA, TECNOLÓGICA, MILITAR E POLÍTICA
  • SOCIEDADE DE PRODUÇÃO E CONSUMO EM MASSA, COM MAIS DE 300 MILHÕES DE HABITANTES
  • REPRESENTAM APROXIMADAMENTE 6% DA POPULAÇÃO MUNDIAL E FORMAM O MAIOR MERCADO CONSUMIDOR DO PLANETA
  • IMÃ AMERICANO COMO UM TERMÔMETRO DA ECONOMIA MUNDIAL, POIS 90% DA PRODUÇÃO GERAL É CONSUMIDA INTERNAMENTE E OS 10% RESTANTE REPRESENTAM APROXIMADAMENTE 14% DO COMÉRCIO MUNDIAL.


LEGENDA DA NUMERAÇÃO NO MAPA DOS ESTADOS UNIDOS

1. Manufacturing Belt ou atualmente RUST BELT (cinturão da ferrugem)
1a. Nordeste - Megalópole - maior concentração urbana do país - centro financeiro, indústria leve, poder político e administrativo.

1b. Sul dos Grandes Lagos - maior e mais diversificada concentração industrial do país e do mundo ( em processo de esvaziamento e declínio) "hoje vários estão passando por um processo de conversão para o novo modelo (revolução tecnocientífica ou pós-fordismo).

Apresenta: tecnologia intermediária, mão-de-obra sindicalizada, indústria de base, recursos naturais, transporte lacustre e saturação urbana.

1c. Cinturão verde (Green Belt) - frutas, legumes, verduras e leite próximo às tradicionais concentrações urbanas.

2. Velho Sul (Cotton Belt) - fruticultura, tabaco, cana, laranja e indústria têxtil moderna.

3. Planícies Centrais - coração agrícola - solos férteis, intensa mecanização e especialização agrícola dando origem aos "BELTS" - cinturões. Pousio econômico, quando necessário, de grandes áreas agrícolas.

4. Oeste ou Meio-Oeste - aA mais vazia - Pecuária extensiva- mineração - destaque apenas para a concentração industrial no estado de UTAH (Salt Lake City) , indústria metalúrgica, siderúrgica e química.

5. Sun Belt (Cinturão do Sol) - Dinamismo econômico e crescimento demográfico (indústria petroquímica, microeletrônica, tecnopólos de engenharia genética, informática, aeroespacial...)

OBS: Na fronteira com o México destaque para as INDÚSTRIAS MAQUILADORAS.

6. Litoral do Pacífico - Área de maior dinamismo econômico e demográfico do país. Indústria variada (petroquímica, aviação, aeroespacial, cinematográfica, alimentícia, bélica) presença de centros tecnológicos, agricultura irrigada e fruticultura usando mão-de-obra dos BRACEROS.

Alguns fatores que explicam o seu dinamismo:

A - Geoestratégia do governo pós II GM (Guerra Fria) cria um complexo indústrial militar.

B - Política de desconcentração industrial - incentivos fiscais

C - Envelhecimento do NE e problema com degradação ambiental.

D - Recursos naturais.

E - Mercado do Pacífico

F - Fuga das fortes organizações sindicais do Nordeste.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pirâmide Etária

A estrutura etária de uma população costuma ser dividida em três faixas: os jovens, que são do nascimento até 19 anos; os adultos, dos 20 anos até 59 anos e os idosos, que vai dos 60 anos em diante.As nações que possuem há varias décadas baixos índices de natalidade e de mortalidade, e uma expectativa de vida elevada têm a grande maioria de sua população na faixa etária dos adultos, uma porcentagem de idosos relativamente alta e a faixa dos jovens entre 30 a 35% do total da população. Já os países subdesenvolvidos, têm a maioria da população na faixa jovem e a faixa dos idosos bastante reduzida.No Brasil, segundo os dados de uma pesquisa realiza em 2005, a faixa etária dos jovens é de 46,5% do total, a dos adultos de 46,4% e a dos idosos de 7,1%.Nas últimas décadas, ocorreu um aumento da terceira idade e dos adultos e uma diminuição na porcentagem de jovens, pois em 1950 a distribuição era a seguinte: 4,6% de idosos, 43,1% de adultos e 52,3% de jovens. Isso aconteceu, em decorrência da diminuição das taxas de mortalidade e natalidade e do aumento da expectativa de vida. Apesar dessa ligeira alteração nas porcentagens, o Brasil já não pode ser considerado como um país jovem, no sentido de que as pessoas com até 19 anos de idade não constituem a faixa mais numerosa da população. Além disso, a proporção dos idoso no total da população vem crescendo, mas ainda é pequena em comparação a países como a Suécia ou os Estados Unidos, mesmo sendo semelhante aos países do primeiro mundo, mas conforme as pesquisas mostram, o Brasil está caminhando para ser um país com um percentual baixo de idosos. A estrutura etária de uma população não se divide apenas nas três faixas (jovens, adultos, idosos), pode-se também dividir a população através de um gráfico, que se denomina pirâmide etária, esse gráfico não informa apenas informações sobre a faixa etária, mas também da proporção dos sexos em cada idade.A pirâmide etária do Brasil já teve sua base larga e foi estreitando-se até atingir o topo, isso que dizer que o numero de idosos já foi relativamente pequeno. O gráfico do Brasil, mostra que somos atualmente um país de "cabeça branca".


Clique nesse LINK do IBGE e veja a evolução da Pirâmide Etária do Brasil.


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm

domingo, 3 de maio de 2009

Uso do BADONGO

Uso do BADONGO

Esse aviso é para quem quer ter acesso às aulas em pps. No lado esquerdo você terá um título escrito , "aulas em pps" . Clique no link que desejar, referente a sua aula e automaticamente entrará no BADONGO, dessa maneira você só precisará fazer o DOWNLOAD no final da página, após ter confirmado a seqüência de letras que aparece no site. Qualquer dúvida escreva para mim e bons estudos!!!!

Problemas de escala

Segue o gabarito dos exercícios sobre escala:

1) Qual a distância real do segmento?

E = d/D 1/15.000.000

1 - 150 Km

2 - X

X = 2x150 = 300Km


2) Qual a distância gráfica?

d = E x D = 1/3.000.000 x 37000000 = 12,3 cm


3) Qual a escala?

d = 10 cm

D = 250 Km = 25000000 cm

E = d/D = 10 (corta o zero)/25000000 (corta um zero) = 1: 2500000

sábado, 11 de abril de 2009

Refugiados do clima serão 150 milhões em 2050


Da Folha de S.Paulo

O aquecimento da Terra pode provocar o deslocamento de 150 milhões de pessoas em meados do século 21. A conclusão é de um estudo apresentado durante uma conferência científica realizada no dia 2 de fevereiro de 2005, em Exeter (Reino Unido), destinada a debater a estabilização das mudanças climáticas.

Um outro trabalho científico apresentado no encontro reúne pela primeira vez as informações disponíveis sobre o impacto que variados graus de aquecimento terão sobre os ecossistemas da Terra.

Seu autor afirma que, para uma elevação de 3ºC na temperatura global em relação aos níveis pré-industriais, o gelo do Ártico e a Amazônia têm risco de perder 50% da sua área ou das suas populações animais e vegetais.

Os "refugiados do clima" fogem da seca, que deve tornar estéreis diversas zonas de cultivo, e das inundações. Calcula-se que só a Índia terá 30 milhões de refugiados devido a enchentes, e que um sexto do território de Bangladesh pode sumir sob as águas ou ter seu solo arrasado.

Segundo o pesquisador nigeriano Anthony Nyong, as temperaturas podem subir 2ºC, e as chuvas podem sofrer uma redução de 10% por volta de 2050 se a tendência atual de aquecimento continuar. Isso significaria secas mais graves que, de acordo com Nyong, poderiam levar à fome até 100 milhões de africanos.

Escala da tragédia
Em sua apresentação ontem em Exeter, Bill Hare, ex-negociador-chefe do Greenpeace para a questão climática e pesquisador do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos em Potsdam (Alemanha), compilou uma escala que mostra os impactos da mudança climática se multiplicando à medida que a temperatura global sobe, de 1ºC a 3ºC.

Hoje o processo já se iniciou, com uma média global 0,7ºC acima da média no período pré-industrial (antes que a humanidade começasse a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis, como carvão mineral, que emitem dióxido de carbono, gás que aprisiona o calor irradiado pela Terra na atmosfera).

Nos próximos 25 anos, quando as temperaturas se aproximam da marca de 1ºC a mais, alguns ecossistemas já começam a entrar em risco alto de perda de mais de metade da sua biodiversidade. Entre eles estão alguns "hotspots", locais com grande número de espécies endêmicas, como o Karoo das plantas suculentas, na África do Sul. Em alguns países do Terceiro Mundo, a produção de alimentos já começa a declinar.

É quando as temperaturas chegam a 2ºC acima do nível pré-industrial, algo esperado para a metade do século, que os efeitos mais sérios começam a se fazer sentir, de acordo com vários estudos.

Acima de 3ºC de aumento, o que poderá acontecer antes do fim do século, os efeitos seriam catastróficos. O gelo do Ártico desapareceria, e a escassez de água atingiria 3 bilhões de pessoas a mais do que hoje.

quarta-feira, 4 de março de 2009

FRANÇA - Os sem-papéis também lutam

Reportagem da revista Le Monde diplomatique Brasil do dia 24 de junho de 2008.
Alvos de perseguições cada vez mais freqüentes em toda a Europa, os imigrantes não-regularizados articulam uma onda de greves na região de Paris. Muitos já não temem aparecer em manifestações públicas. Seu trunfo: o continente que hipocritamente os persegue não pode viver sem eles

Olivier Piot
Na França, a passeata de 1º de maio mostrou neste ano uma face inédita. Agitando faixas de diversas organizações, cerca de cinco mil trabalhadores “sem- documentos” dominaram o desfile. Malineses, senegaleses, marfinenses... Até então, estes rostos negros da África eram vistos apenas em reuniões reservadas aos estrangeiros. Mas de repente, eles se convidaram para a manifestação mais tradicional e simbólica da classe operária francesa.
Quem são esses milhares de homens e mulheres que reivindicam sua regularização, entre os quais cerca de seiscentos, apoiados pela central sindical CGT, promoveram recentemente greves em uma dúzia de empresas na Île-de-France [1]? Empregados em setores como hotelaria, restaurantes, construção civil, segurança, limpeza, agricultura, ou trabalhando como empregados domésticos, cozinheiros, sucateiros etc., eles têm como denominador comum o fato de serem todos assalariados. Dispõem de contratos e constam de folhas de pagamento, pagam seus impostos e suas contribuições salariais. Têm em comum também o método para conseguir isso. “Os patrões não controlam a contratação”, revela Konaté, um trabalhador malinês da construção. “Basta mostrar os documentos de um primo ou de um amigo ou até documentos falsos, comprados por 500 ou mesmo 300 euros”.
Como aceitam tal situação? “Somente por razões de sobrevivência. De um modo ou de outro, um grande número de estrangeiros trabalha. As poucas centenas de grevistas da Île-de-France representam a linha de frente de milhares de outros”, explica Jean-Claude Amara, responsável pela associação de defesa de direitos Droits Devant!. Segundo dados de certas associações – como o GISTI, o Cimade e o UCIJ –, existem atualmente na França de 300 a 600 mil trabalhadores sem documentos.
Embora os salários declarados por esses trabalhadores (entre 1000 e 1400 euros por mês) aproximem-se do SMIC (Salaire Minimum Interprofessionnel de Croissance – Salário Mínimo Interprofissional de Crescimento) [2], eles escondem um número expressivo de horas extras não remuneradas. A ponto de certos trabalhadores sem-documentos estimarem trabalhar por 3,80 euros a hora, durante semanas que podem atingir 60 horas. “O patronato sabe bem que os trabalhadores estrangeiros são obrigados a aceitar condições de trabalho que os franceses não aceitariam, observa Gérard Filoche, inspetor do trabalho. Horas não remuneradas, demissões abusivas, não-pagamento de demissões e indenizações, trabalho de fim-de-semana e noturno: estamos em setores em que o direito de trabalho é totalmente desprezado.”
Hipocrisia: os sem-papéis têm registro nas empresas, pagam impostos, contribuem com fundos sociais. Mas são mantidos sob constante ameaça, para que aceitem condições de trabalho aviltantes
A Delegação Interministerial de Luta contra o Trabalho Ilegal (Dilti) estima que a proporção de infrações caracterizadas como “emprego de estrangeiros sem autorização de trabalho” quase dobrou na França, entre 2004 e 2006 (de 8,4% para 14,8%). Segundo uma pesquisa realizada no setor de hotelaria e restaurantes, casos de trabalho ilegal foram constatados em 25% dos 7 123 restaurantes investigados e a proporção passa a 61% na Île-de-France [3]. “Nós vivemos a pura lógica da flexibilidade e da rentabilidade, conclui Gérard Filoche. “E a globalização, desta vez, não tem nada a ver com isso, pois os setores implicados são sustentados por grupos franceses, que investem em território nacional, sem concorrência internacional”.
Para Jean-Claude Amara, essa “exploração vergonhosa” repousa na “hipocrisia geral”: “o Estado recebe os impostos dos sem-documentos, os fundos sociais beneficiam-se com suas contribuições salariais e os patrões utilizam seus braços com perfeito conhecimento de causa”. Vários empregadores, sob o foco dos holofotes, declararam ignorar que alguns de seus empregados tivessem documentos falsos. “Isso pode valer aqui ou ali, para alguns pequenos patrões isolados”, reconhece Patrick Soulinac, dirigente da CGT em Lyon. “Mas a grande maioria sabe muito bem. Nós temos dossiês nos quais um mesmo trabalhador aparece nas folhas de pagamento com até quatro nomes diferentes”.
Francine Blanche, secretária da CGT, estima que essa tendência ultrapassa a noção de “escravidão moderna”. Os trabalhadores sem-documentos, explica ela, são “os deslocados de empresas não deslocáveis” [4]. Como não é possível deslocar um restaurante, um canteiro de obras ou um posto de vigia para países onde se praticam salários vis, o patronato recria, em solo europeu as condições de um mercado de trabalho de baixo custo, recrutando trabalhadores fragilizados por seu “status” de sem-documentos. Esta lógica do “deslocamento sem mudar de lugar” camufla um “trabalho clandestino” que caracteriza uma minoria não desprezível dos assalariados franceses.
O recurso a esses “deslocados” aumenta e se diversifica. Um novo mecanismo é a chamada Prestação Transnacional de Serviços (PTS). Consiste em utilizar, na França, trabalhadores assalariados por empresas estrangeiras, que os enviam para realizar um serviço. Em sua pesquisa sobre as condições de trabalho no setor da construção e obras públicas, Nicolas Jounin menciona empresas polonesas, portuguesas e de outras nacionalidades que enviam mão-de-obra para trabalhar na França [5]. E a especialista em ciências sociais e políticas Béatrice Mesini aponta o caso de imigrantes equatorianos, regularizados na Espanha e enviados para a França como trabalhadores agrícolas temporários [6]. Para os patrões, essa forma de “subcontratação transnacional” apresenta várias vantagens: o custo da mão-de-obra é menor; os salários são pagos pelo empregador estrangeiro, que, em seu país, recolhe encargos sociais geralmente mais baixos; e o trabalhador não tem necessidade de documentos franceses para trabalhar na França.
Após quase vinte anos, as lutas dos imigrantes estão num novo patamar. E um regulamento baixado por Sarkozy abriu a brecha que faltava para a deflagração das greves atuais
Se essas mudanças profundas acontecem em certos setores da economia francesa há vários anos, por que a mobilização dos sem-documentos só ocorreu em 2008? “É uma questão de maturidade, comenta Violaine Carrère, coordenadora de pesquisas do GISTI. “Após a luta dos estrangeiros, aos quais foi negado o direito de asilo na metade dos anos 1980, nós vivemos as ocupações das igrejas (Saint Bernard etc.) no final dos anos 1990”, recorda. “Esses dois movimentos permitiram substituir a imagem do ‘imigrante clandestino’ pela noção de ‘trabalhador sem-papéis’, semelhante à de ‘sem-teto’ ou ‘sem-trabalho’. No verão de 2006, o movimento conduzido pela Rede Educação sem Fronteiras (RESF) permitiu aos estrangeiros não serem mais vistos como silhuetas anônimas e inquietantes. A luta contra a expulsão das crianças das escolas deu rostos, nomes e histórias aos estrangeiros. Com a mobilização dos trabalhadores sem-documentos, os franceses deram-se conta de que os estrangeiros trabalham e quitam todas as suas obrigações como assalariados”.
Um outro fator explica esta última transformação da luta dos imigrantes por seus direitos. “No verão de 2006, os novos regulamentos do governo mudaram a situação”, observa Raymond Chauveau, secretário-geral da CGT em Massy e iniciador do movimento. Ao suprimir, em 1974, o direito ao título de estadia baseado no trabalho, o Estado francês incitou os estrangeiros a procurarem a regularização por meio do recurso ao direito de asilo, às situações familiares (1978) ou ao status de estudantes (1993). Há dois anos, foi reintroduzida a possibilidade de se obter um visto de estadia (permissão para morar e trabalhar na França) com base no trabalho (a lei relativa à imigração e à integração, de 24 de julho de 2006). Nicolas Sarkozy contava vincular esse direito à sua doutrina de “imigração selecionada”. Ele então fixou imediatamente em 26 mil a cota de imigrantes a serem expulsos em 2008 (cerca de mil a mais que em 2007) e anunciou o aumento dos centros de detenção.
Em julho de 2007, o cerco se fechou. Um decreto do governo obrigou os empregadores a indicar seus empregados sem-documentos, sob pena de multa de 15 mil euros e cinco anos de prisão. O texto criou comoção. Mas, desta vez, no meio patronal. “Eu vi chegarem pequenos empresários assustados nos postos da organização Droits Devant!”, comenta Jean-Claude Amara. De seu lado, a CGT registrou as queixas de milhares de sem-documentos demitidos das empresas. Em 20 de novembro de 2007, a Lei Hortefeux (relativa ao controle da imigração, à integração e ao asilo) indicou uma lista de 150 serviços ditos “sob pressão” (aqueles onde há poucos candidatos às vagas). Ela foi seguida por uma circular, de dezembro de 2007, que limitou a somente 30 os serviços reservados aos imigrantes de países não pertencentes à União Européia. Enfim, uma nova circular, de janeiro de 2008, precisou, preto no branco, que a regularização era possível, a partir da apresentação das folhas de pagamento dos assalariados empregados nos serviços “sob pressão”.
O governo esperava que o patronato, pressionado pelo decreto de julho de 2007, apresentasse, ele próprio, os relatórios exigidos. Mas a CGT e o Droits Devant! aproveitaram a a brecha. Em fevereiro último, uma greve foi organizada em um restaurante parisiense. Sete cozinheiros foram regularizados. No final de abril, o sindicato entrou com mil pedidos de regularização nos departamentos da Île-de-France. Dez dias mais tarde, cerca de cem grevistas obtiveram ganho de causa.
Pego no contapé, o governo ensaia endurecer. Mas a França já não pode prescindir dos imigrantes, e suas lutas podem conquistar uma política menos arbitrária de regularizações
Ou seja, esse movimento incomoda. Não apenas o governo, que pensava ter resolvido o assunto da imigração. Mas também uma parte da CGT, pressionada pela mobilização e acusada por um grupo de sem-documentos de só ter entregue mil pedidos de regularização.
Os sem-documentos são determinados. “Nós não temos muita coisa a perder”, observa Bamba, grevista da empresa Millenium, de Igny. “Ao participar de reuniões ou fazer greve, nós sabemos o risco que corremos. Todo sem-papéis que sai da sombra se expõe e pode ser expulso a qualquer momento. Mas há anos saímos de casa, todos os dias, com medo de sermos presos e mandados de volta para nosso país. Então, à luta!”
Como era de esperar, a política em relação aos estrangeiros endureceu com Sarkozy. Hostil a qualquer forma de “regularização maciça”, o governo fechou-se em sua posição: os pedidos de regularização serão tratados “caso a caso”, em prejuízo dos que protestam e de alguns responsáveis de federações patronais. Mas essa posição não ajudará Sarkozy a sair do impasse. “É uma regra que alimenta o arbítrio mais impreciso, explica Patrick Peugeot, dirigente da Cimade. “Diante das necessidades reais da economia francesa, o Estado deverá, cedo ou tarde, optar pela regularização sobre critérios transparentes” [7].
traduções deste texto >> Esperanto — Internaj delokitoj فارسى — «کار به خارج منتقل شده» اما در داخل کشور
[1] A Província de Île-de-France é uma das 26 regiões administrativas da França. Nela se localiza a cidade de Paris.
[2] O SMIC é, na França, a remuneração mínima que a lei garante ao trabalhador. Em 1º de maio de 2008, o SMIC subiu para 8,63 euros por hora (valor bruto), ou 1308,88 euros por mês (valor bruto sobre uma base de 35 horas semanais).
[3] “Trabalho não declarado em hotéis e restaurantes”, Acoss-Urssaff, Paris, 16 de agosto de 2007.
[4] L’Humanité, 16 de abril de 2008.
[5] Nicolas Jounin, Chantier interdit au public, Paris, La découverte, 2008.
[6] Béatrice Mesini, “Gestion de la main d’oeuvre et segmentation statuaire des saisonniers migrants dans l’agriculture européenne”, Londres, Simpósio do JIST, no prelo.
[7] Em 17 de abril de 2008, André Daguin, presidente da União da Indústria Hoteleira, pediu a regularização de cinqüenta mil sem-documentos.

AMÉRICA LATINA - México, polícia dos Estados Unidos

Reportagem da revista Le Monde diplomatique Brasil do dia 12 de Dezembro de 2007.
O presidente Bush deu mais um passo em seu projeto de empurrar a fronteira norte-americana para o sul e de transferir seus conflitos para outros territórios. A “Iniciativa Mérida”, um programa de cooperação contra o narcotráfico, também aponta para a imigração ilegal e a criminalização dos protestos sociais
Luis Hernández Navarro
O líder norte-americano pediu ao Congresso um orçamento de 550 milhões de dólares a título de “financiamento de emergência para outras atividades críticas de segurança nacional”, entre as quais incluiu a “assistência vital a nossos parceiros no México e na América Central, que estão trabalhando para derrotar os cartéis da droga, combater o crime organizado e impedir o tráfico. Isso é prioridade máxima nos Estados Unidos e o Congresso deve financiá-lo sem demora” [1].
O pedido veio apresentado como anexo de uma proposta de 46 milhões de dólares para sustentar as intervenções militares no Afeganistão e no Iraque. Tudo isso é emblemático: para Washington, as relações com o México são mais uma peça do quebra-cabeça bélico global. A guerra continua sendo o poder constituinte a partir do qual se quer traçar a nova geografia planetária. O método também antecipa como vão ser conduzidas as coisas: o anúncio da iniciativa foi unilateral, apesar de se tratar de um programa binacional.
O projeto de cooperação foi batizado de “Iniciativa Mérida”, ainda que durante meses tenha se falado da proposta de colaboração como “Plano México”, um título que evocava, negativamente, o Plano Colômbia. A idéia é apresentá-lo assim como resultado da reunião efetuada na cidade mexicana de Mérida (Yucatán) entre os presidentes dos Estados Unidos e do México, em março de 2007.
Embora nos Estados Unidos a notícia tenha tido pouca repercussão, no México ela provocou uma grande agitação da mídia. Legisladores americanos se queixaram de não ter sido consultados. As câmaras de senadores e deputados do México convocaram a chanceler para que explique os compromissos assumidos pelo governo mexicano.
Colheita sangrenta
A cabeça cortada de Mario Núñez Magaña, comandante da Polícia Federal Preventiva de Acapulco, apareceu na porta dos escritórios da Secretaria de Administração e Finanças do governo de Guerrero. Era dia 20 de fevereiro de 2006. Um bilhete advertia: “Para que aprendam a respeitar”. Não foi o único caso de decapitação da temporada. Cabeças sem corpo têm aparecido em outras cidades mexicanas.
O espetáculo macabro é parte da guerra entre os mais poderosos cartéis da droga no México, que disputam entre si os pontos e rotas do tráfico de drogas. Suas principais vítimas são assassinos de aluguel ou policiais a serviço das organizações criminosas.
Segundo o governo mexicano, existem sete grandes grupos de narcotraficantes. Os mais importantes, do Golfo, de Sinaloa e de Juárez, estão implantados em quase todo o território nacional. Recentemente, firmaram alianças entre si. O cartel de Juárez fez um acordo com o do Golfo. Vários outros mais se associaram na chamada “La Federación”.
Entretanto, a violência é incontrolável. Nos primeiros dez meses de 2007, foram realizadas 2.113 execuções. Em 2006, o número de mortos também havia superado os 2 mil. As cifras deste ano compreendem o assassinato de 220 membros das forças de segurança. Cinco estados, Guerrero, Nuevo León, Michoacán, Sinaloa e Sonora, concentram os maiores índices. As facções têm reciclado velhos cultos para honrar seus mortos. Monterrey, capital do rico estado de Nuevo León, sedia uma das mais sanguinolentas lutas entre os cartéis do Golfo e de Sinaloa. As execuções, tiroteios e seqüestros proliferam. Há três meses, a dezesseis quilômetros da fronteira com os Estados Unidos, na estrada que vai dessa cidade a Nuevo Laredo (Tamaulipas), apareceram 21 altares dedicados a Santa Muerte. Nas capelas vêem-se flores, mensagens, charutos, garrafas de bebida, terços, velas acesas, santinhos, fotografias, quadros da Santísima Muerte [2].
Dinheiro ou chumbo
O México é um importante produtor de drogas e território de passagem para a distribuição nos Estados Unidos. O país é o principal fornecedor de maconha e um dos mais importantes provedores de metanfetamina. Embora sua produção de heroína seja relativamente pequena, ele abastece parte importante do consumo de seu vizinho ao norte. O Departamento de Estado norte-americano avalia que 90% da cocaína vendida no país chega através do México.
A cocaína é vendida na Colômbia a 2.500 dólares o quilo. No México, alcança um preço de 8.500 dólares. Ao atravessar a fronteira com os Estados Unidos, sobe para 12 mil dólares. Nos mercados de Nova York e Los Angeles chega a 40 mil dólares.
O narcotráfico no México mudou de cara nas últimas décadas. Agora, os cartéis não só buscam proteção, como também poder político. Se antes negociavam sob uma condição de subordinação à autoridade, hoje são capazes de estabelecer regras em questões econômicas, sociais e políticas. Em 1989, produziu-se uma mudança importante no modelo de relação entre os cartéis dominantes da droga — os de Cali e Medellín — e seus parceiros mexicanos. Até então, os colombianos pagavam por proteção com dinheiro. Daí em diante, o pagamento passou a ser feito com droga. Modificou-se assim a dinâmica de operação dos mexicanos, que não contavam com muito pessoal em sua infra-estrutura. A necessidade de comercializar a droga os fez crescer. Desse momento em diante, o México deixou de ser um país de tráfico para converter-se também em país de consumo [3].
Os cartéis colombianos e mexicanos lavam atualmente no México entre 8 e 25 bilhões de dólares [4]. A ganância os obrigou a pôr em prática um novo esquema de lavagem, investindo em uma grande quantidade de negócios. O dinheiro do narcotráfico em atividades lícitas levou a que diversos setores da sociedade dele se beneficiassem, com melhores preços e condições de aporte financeiro. A fartura gerou redes de cumplicidade. Segundo o National Drug Intelligence Center, quem domina o mercado de drogas nos Estados Unidos são os cartéis mexicanos. Mas, de acordo com José Luis Vasconcelos, vice-procurador-geral da república do México em 2006, são os colombianos que detêm o controle do tráfico. Em 19 de janeiro deste ano, o governo mexicano divulgou a extradição de quinze supostos criminosos, entre os quais importantes chefões. Entre janeiro e agosto de 2007, o número de extradições chegou a 64, ainda que a controversa medida tenha violado o limite legal estabelecido.
Para enfrentar o desafio, os departamentos governamentais encarregados de enfrentar o comércio de entorpecentes mudaram o esquema de operação. A estrutura da Procuradoria-Geral da República se modificou. A participação das forças armadas aumentou, inclusive com a criação de áreas especializadas. Foi formada uma Polícia Federal Preventiva e as autoridades dos governos estaduais e municipais agora têm funções maiores na luta contra o narcotráfico. A cooperação e o intercâmbio de informação com a comunidade internacional cresceram. Simultaneamente, modificaram-se o sistema de justiça penal e os processos penais. Mais recursos humanos, materiais e financeiros foram alocados. Contudo, os resultados deixaram a desejar. Armados de dinheiro e chumbo, os narcotraficantes penetraram significativamente em áreas-chave do Estado mexicano.
O muro virtual
George W. Bush descreveu a fronteira com o México como “perigosa” e anunciou a construção de um novo muro. “Temos uma cerca, mas vamos ter uma barreira virtual quando trouxermos tecnologia aos melhores agentes para proteger a fronteira, pela qual cruzam tanto as almas inocentes simplesmente em busca de trabalho quanto os que tentam passar drogas” [5]. Para erguer esse novo muro, Washington gastará 139 milhões de dólares. Aviões sem piloto, câmeras infravermelhas e 12.500 agentes de fronteira vigiarão o território do país da Estátua da Liberdade. Uma barreira de doze quilômetros será construída na cidade de San Diego; outras cidades serão protegidas com alambrados.
A nova barreira é parte de uma política que faz da questão migratória um assunto de segurança nacional e dos que não têm documentos, criminosos. Nos últimos treze anos, desde que entrou em funcionamento a chamada “Operación Guardián”, mais de 4 mil mexicanos sem documentos foram mortos ao tentar entrar nos Estados Unidos. Afogados, ou mortos de sede e calor no deserto, muitos cadáveres nem ao menos alcançam a dignidade de ter um nome e constituem apenas mais uma cifra na contabilidade de vítimas. Outros morrem de forma diferente. Como José Alejandro Cruz, abatido a tiros. Seu assassino foi um agente da Patrulha Fronteiriça, em El Paso, Texas, em 8 de agosto último. Ele tinha 23 anos de idade e era operário do setor têxtil. Seu crime: estar sem passaporte e reclamar a soltura de uma mulher prestes a ser deportada, detida pelos guardas.
O México, assegura o Banco Mundial em seu Relatório mundial 2006: igualdade e desenvolvimento (no qual, provavelmente por modéstia, não reconhece a enorme responsabilidade que detém na questão), é a nação líder em exportação de mão-de-obra no mundo: 2 milhões de pessoas no qüinqüênio 1995-2000. A média anual de imigrantes sem documento que se dirigem aos Estados Unidos é de quase meio milhão.
O caso de José Alejandro Cruz é mais um exemplo da paralisia do governo mexicano na hora de defender seus conterrâneos nos Estados Unidos. A Iniciativa Mérida, na verdade, pretende que esse “trabalho sujo” seja feito do lado mexicano. A mais de 3 mil quilômetros de distância da fronteira com os Estados Unidos, em Tenosique, Tabasco, guatemaltecos, hondurenhos e salvadorenhos recebem da polícia mexicana um tratamento similar ao que os mexicanos padecem nos Estados Unidos. Em 14 de agosto último, elementos da Polícia Federal Preventiva e agentes de migração, com o apoio do exército, investiram contra cerca de 3 mil centro-americanos. Estes encontravam-se encalhados em comunidades como Faisán Vía, porque a ferrovia Chiapas-Mayab suspendeu as atividades, após a empresa Genesee & Wyoming ter decretado a falência da linha. Os agentes de migração atearam fogo às pequenas tendas onde os indocumentados acampavam, ao mesmo tempo em que atiravam para evitar que fugissem. Os detidos foram espancados e suas escassas propriedades, furtadas. O drama dos imigrantes centro-americanos é mais grave do que o vivido pelos mexicanos nos Estados Unidos. Antes de chegar a seu destino final, têm de atravessar o México, sofrer extrema penúria, a extorsão policial e expor-se a assaltos e estupros.
Os conflitos armados na região, os efeitos devastadores dos furacões Match e Stan registrados em 1998 e 2005 e a crise dos preços do café a partir de 1989 levaram ao deslocamento de refugiados para o México. Entre 2000 e 2006, foram expulsas do México mais de 1,2 milhão de pessoas. Pelo menos 314 imigrantes de Guatemala, El Salvador e Honduras morreram este ano ao cruzar o México ou dentro dos Estados Unidos.
Em sua fronteira sul, o governo mexicano já faz o trabalho sujo para a administração Bush. Ele se converteu na polícia deste último: manda para a prisão os que prestam ajuda aos imigrantes, enquanto seus guardas investem sobre os indocumentados da América Central. Nisso consiste a Iniciativa Mérida: intensificar e aperfeiçoar o trabalho sujo nas duas fronteiras, mantendo o problema, na medida do possível, fora do território americano.
Militarização da política
Felipe Calderón deu início ao mandato de seis anos, em 2006, com uma parada militar. Transcorridos onze meses desde que o novo inquilino do palácio de Los Pinos assumiu o cargo, o que se destaca na administração presidencial é o gosto pelos uniformes militares, as fanfarras e os atos públicos, tendo as forças armadas por pano de fundo. No último 3 de janeiro, em Apatzingán, durante sua primeira aparição pública do ano, Calderón se fez retratar com uniforme de campanha, um quepe militar de cinco estrelas e o escudo nacional.
Acossado por manifestações civis que contestam seu triunfo eleitoral, o presidente mexicano deseja romper o isolamento social e a falta de legitimidade usando como pretexto a guerra ao narcotráfico. Desde o início de seu mandato, Calderón tem tentado fazer do exército seu principal sustentáculo, transmitindo mensagens de autoridade e disciplina. Cerca de 24 mil soldados e policiais federais foram enviados a nove estados para enfrentar os cartéis. A medida, ainda que eficaz em fazer crer à opinião pública que o enfrentamento do problema vai fundo, teve pouquíssimos efeitos práticos relevantes.
Decerto a guerra contra o narcotráfico está ocorrendo, mas não se trata apenas de um choque entre o Estado e o crime organizado, e sim de um grave confronto dentro do próprio Estado. Exemplo: ao chegar à zona de operações, a primeira coisa a ser feita pelos militares que participam de ações contra os cartéis é deter e desarmar a polícia. Isso constitui apenas uma pálida amostra do grau de penetração do narcotráfico no aparelho institucional, sendo que nem o exército está ileso. A guerra, sem dúvida, foi claramente utilizada para tentar calar as expressões de descontentamento popular.
Além do mais, a capacidade do exército foi questionada pelo secretário da Defesa. Em fins de outubro último, o general Guillermo Galván advertiu os integrantes da Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados que os equipamentos e materiais militares das forças armadas estão obsoletos. Segundo ele, as únicas coisas que ainda prestam são as armas e os veículos e aviões que são vistos nos desfiles militares de 16 de setembro. As comunicações do exército estão atreladas à Telmex e a satélites privados. “Se alguém quiser, nos espiona”, advertiu Galván, que solicitou um aumento de 3,1 milhões de dólares no orçamento do exército para comprar aeronaves, renovar a frota de Hummers e trocar os radares, que atualmente só funcionam três horas por dia [6].
Reformas de segurança
O Programa de Cooperação contra o Crime Organizado, também conhecido como Iniciativa Mérida, guarda vínculos com três instâncias de cooperação regional: a Aliança para a Segurança e a Prosperidade da América do Norte (Aspan); o Comando Norte e o Plano Antinarcóticos da Fronteira Sudoeste.
A Aspan procura estabelecer uma aliança estratégica regional para fomentar a competitividade e a segurança da região. Seus antecedentes são o Tratado de Livre-Comércio para a América do Norte (TLCAN, México, Estados Unidos e Canadá) e a proposta de instrumentalizar um TLCAN suplementar.
Até o momento, foram efetuados três encontros no âmbito da Aspan. Suas Declarações Conjuntas estabelecem compromissos para o aperfeiçoamento da segurança na fronteira, no espaço aéreo e nas águas territoriais, a criação de um modelo comum para enfrentar ameaças extrarregionais e alianças em matéria de informação e inteligência. Desde o primeiro relatório, foi levantada a necessidade de um acordo trilateral na questão da segurança.
Em 2002, no contexto da guerra contra o terrorismo, os Estados Unidos procederam a uma de suas maiores reformas no âmbito da segurança. Entre as mudanças operadas encontra-se o estabelecimento do Comando Norte, as modificações no Centro de Comando das Forças Conjuntas e a fusão de comandos estratégicos e espaciais. O Comando Norte tem como antecedente um acordo firmado com o Canadá, em virtude do qual se criou o Comando Sul, responsável por proteger a zona nos planos comercial, de vigilância fronteiriça, de colaboração tecnológica e informativa e de coordenação dos serviços de inteligência e espionagem.
Em 2002, as forças armadas mexicanas determinaram que não se envolveriam no Comando Norte. Não obstante, recebem treinamento militar em Fort Bragg e Fort Benning, nos Estados Unidos. A força aérea conseguiu tecnologia para o desenvolvimento de uma plataforma de vigilância aérea e a marinha obteve contratorpedeiros.
Diversos analistas têm apontado que, como resultado dessa influência, o México criou um aparato policial à semelhança do FBI, formou corpos especiais do exército e estabeleceu instrumentos legais como a Lei de Segurança Nacional.
O Plano Antinarcóticos da Fronteira Sudoeste foi elaborado por um grupo subordinado ao Departamento de Segurança Interna, a Divisão Antinarcóticos e o Departamento da Justiça. Embora funcionando desde 2006, sua existência apenas foi levada a público em outubro deste ano. Entre suas prioridades encontra-se estabelecer um acordo para que oficiais americanos abordem embarcações com a bandeira mexicana que se encontrem em águas internacionais sem a necessidade de uma autorização específica do governo mexicano. Bem como fixar um programa de monitoramento aéreo da fronteira, em suspenso pela falta de um acordo mútuo relativo à situação dos operadores.
Um relatório do Congresso dos Estados Unidos indica que a operação e a estratégia do plano não haviam sido submetidas à consulta do México. Mesmo assim, formaliza uma queixa do Departamento do Tesouro quanto aos empecilhos que a lei mexicana impõe às autoridades norte-americanas para o bloqueio de bens financeiros. Menciona ainda um conjunto de recomendações da divisão de narcóticos da embaixada americana no México, concordando com as delineações da Iniciativa Mérida: assistência em infra-estrutura, treinamento, coordenação militar e apoio aéreo para apreensões e monitoração. Finalmente, estabelece a prioridade central do Pentágono: a participação do exército mexicano em um esquema de cooperação que passe da fase atual de treinamento e disposição de equipamentos para a de coordenação, que no meio é conhecido como interoperabilidade dos corpos militares [7].
[1] La Jornada, 23 de outubro de 2007.
[2] El Universal, 23 de outubro de 2007.
[3] Simón Vargas Aguillar, “¿Narcoestado o auge del narcotráfico?”, La Jornada, 23 de setembro de 2006.
[4] Collen W. Cook, Mexico’s Drug Cartels, CRS Report for Congress, Washington, 16 de outubro de 2007.
[5] La Jornada, 30 de novembro de 2005.
[6] La Jornada, 10 de outubro de 2007.
[7] Report to Congressional Requesters. Drug Control”, United States Government Accountability Office (GAO), Washington, agosto de 2007.