Olha o tempo...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

REDE URBANA


O esquema clássico de rede urbana estrutura-se sobre uma rígida hierarquia funcional. Nessa hierarquia, quanto mais elevada é a classe da cidade, mais especializados e raros são os bens e serviços que ela oferece e mais vasta é a sua região de influência. Em virtude dos custos de deslocamento, as relações externas mais significativas das populações das pequenas cidades se restringem às cidades médias mais próximas.

O esquema atual de rede urbana foi moldado pela intensificação dos fluxos materiais e, principalmente, dos fluxos de informações. Os modernos meios de transporte reduziram os custos de deslocamento e as redes de comunicação contemporâneas diminuíram os custos das trocas simbólicas. Desse modo, todas as cidades, pequenas e médias, adquiriram novas possibilidades de acesso aos bens e serviços característicos das metrópoles nacionais.

domingo, 25 de outubro de 2009

CIDADES GLOBAIS

OBS: INFORMAÇÕES SOBRE AS CIDADES GLOBAIS CLIQUE AQUI

As cidades globais são divididas em três níveis (alfa, beta e gama), de acordo com o poder de polarização de cada uma na economia global.
Quanto maiores a oferta de bens e serviços e a densidade e a qualidade de infraestrutura urbana, maiores são o poder ea influência de uma cidade global. Esses fatores determinam o número de pontos que cada cidade pode obter.
A pontuação máxima é 12, atingida por apenas quatro cidades - Nova York, Tókio, Londres e Paris -, que são os pólos da economia global. Chicago, Frankfurt, Hong Kong, Los Angeles, Milão e Cingapura, que vem logo abaixo, atingiram dez pontos. Essas são as dez cidades com melhor rede de serviços e de infraestrutura, as mais conectadas, portanto as que polarizam a economia mundial e ocupam o topo da hierarquia urbana. Por isso foram classificadas como cidades globais alfa.
As dez seguintes na hierarquia (pontuação de 7 a 9) foram chamadas de cidades globais beta, entre as quais aparece São Paulo, com 8 pontos.
As 35 cidades globais cujo fluxos e oferta de serviços são bem menores em comparação com os dois primeiros grupos foram chamadas de cidades globais gama (pontuação de 4 a 6). Existe ainda uma lista de 66 cidades que caminham para se tornar cidades globais (pontuação de 1 a 3). O Rio de Janeiro é uma delas, com 3 pontos.

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TECNOLOGIAS E ESPAÇO GEOGRÁFICO

OBS: GABARITO DO CAPÍTULO 6 DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DO LIVRO GEOGRAFIA DO ENSINO MÉDIO DO AUTOR DEMÉTRIO MAGNOLI (ATUAL EDITORA).

O TEXTO

1. a) O aluno deve relacionar a localização das fábricas têxteis às margens dos rios à utilização de rodas d'água como fonte de energia para os teares hidráulicos.

b) Espera-se que o aluno observe que a máquina a vapor, os teares mecânicos e a siderurgia tinham como ponto em comum o consumo de carvão mineral, o que provocou a instalação das fábricas próximo às bacias carboníferas, pois o transporte ferroviário de carvão tinha custos elevados, que se tornavam proibitivos a distâncias muito longas.

c) O aluno deve indicar que o uso da energia elétrica na movimentação das máquinas e equipamentos libertou a indústria das localizações tradicionais, junto às bacias carboníferas e aos portos.

2. Espera-se que o aluno conclua que o uso do carvão como fonte de energia no transporte marítimo e ferroviário impulsionou a expansão imperial européia na Ásia e na África, com repercussões na unificação do mercado mundial, e possibilitou a implantação de sistemas de agricultura comercial em terras distantes dos portos marítimos e fluviais.

3. a) Espera-se que o aluno contemple, em sua definição de revolução tecnocientífica, o impacto das inovações no campo da informação, da biotecnologia e da produção de energia sobre a organização do espaço geográfico.

b) O aluno deve observar que as redes de comunicação atuais compreendem os avanços da informática, com impactos significativos no funcionamento de diversos setores da economia, como o setor financeiro, a indústria, os sistemas de administração pública e privada, e os serviços de transporte, saúde e educação.

4. O aluno deve afirmar que se trata de conglomerados empresariais que atuam em diversos países., instalando suas unidades de produção a fim de ampliar seu mercado e baratear custos. A maior parte das empresas transnacionais mantém um centro de decisões globais localizado no país sede, para o qual é repatriada uma parte dos lucros obtidos no mundo inteiro.

5. São verdadeiras apenas as afirmações a, b e d. As afirmações c e e são falsas.

c) A localização de unidades de produção em áreas próximas a reservas minerais e carboníferas foi uma necessidade do ciclo do carvão, ao longo do século XIX.

e) A atuação das empresas transnacionais se tornou complexa por causa da "revolução da informação", a qual repercutiu consideravelmente no poder de atuação de tais empresas sobre os mercados.

6. a) É importante que o aluno relacione a maior concentração de sedes de empresas financeiras nas cidades denominadas globais à importância desse setor na fase atual de organização da economia capitalista.

b) O aluno deve apontar a América Latina, a Oceania, a África, o Oriente Médio e o subcontinente indiano como regiões que não abrigam a sede de nenhuma das empresas financeiras. Os países citados no gráfico localizam-se na Europa - Itália (Trieste e Milão), Suécia (Estocolmo), Espanha (Bilbao e Santander), Alemanha (Stuttgart, Munique e Frankfurt), Países Baixos (Utrecht e Amsterdã), Bélgica (Bruxelas), Reino Unido (Edinburgo e Londres), Suíça (Zurique) e França (Paris) -, na Ásia - Japão (Osaka e Tóquio) e China (Pequim) - e na América do Norte - Estados Unidos (Norwalk, Charlotte e Nova York).

O CONTEXTO

1. a) Espera-se que o aluno estabeleça relação entre a valorização empresarial dos lugares e acrescente importância dos meios de comunicação e da informática.

b) O aluno deve apontar, entre outras, as cidades de Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.

2. a) Espera-se que o aluno indique em sua definição de rede a circulação de fluxos de informação e de capital, principalmente, entre diversos pontos do planeta que se conectam pelas redes de comunicação e de transporte.

b) O aluno deve observar que as redes de informação e de comunicação seguem a lógica do capital, o que se traduz por uma desigual distribuição nas diversas regiões do mundo.

3. O objetivo da atividade é propiciar uma reflexão aprofundada sobre as relações políticas e econômicas compreendidas pelas transformações no espaço geográfico mundial. Assim, espera-se que o aluno confronte os interesses econômicos das empresas transnacionais, de atuação mundial, com os relativos aos Estados nacionais.

4. O aluno deve indicar a cidade de Detriot, conhecida como a "capital nacional do automóvel" por abrigar a sede de empresas Ford, General Motors e Chrysler. Sua centralidade na rede de comunicações a torna mais atraente para a localização de um centro de gestão, que necessita dessa infraestrutura para o gerenciamento de suas unidades de produção.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Japão: O Império do Sol Nascente

Do isolamento à modernização

Historicamente, o Japão sempre foi visto como um país isolado dos demais. Isso porque, em meados do século XVII, o clã que governava seu território, temendo o crescimento de influências estrangeiras, proibiu qualquer tipo de contato dos japoneses com o mundo exterior.
Em 1853, os Estados Unidos enviaram ao Japão três navios de guerra para forçar o governo japonês a estabelecer contato com outros países. O acordo comercial proposto foi conseguido em 1854, quando houve a retomada das relações comerciais do Japão com a comunidade intrernacional, dando início ao processo de industrialização japonesa.
Em 1868, teve início no país a chamada era Meijii, cujo governo foi responsável por grandes realizações e pelo desencadeamento do processo de modernização da economia japonesa.
As principais mudanças promovidas pelo novo imperador foram:
  • submissão das províncias ao poder central em substituição ao antigo sistema de feudos;
  • obrigatoriedade do ensino primário a todos (antes, somente os nobres aprendiam a ler e a escrever);
  • aprovação de uma Constituição;
  • estabelecimento dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário;
  • designação do imperador como chefe supremo do país;
  • instituição da imprensa e dos serviços postais;
  • formação dos ZAIBATSUS, conjunto de empresas interligadas do setor produtivo ou financeiro que passaram a controlar a economia do país. Os ZAIBATSUS são considerados a base da industrialização japonesa;
  • transferência da capital de Kyoto para Tókio.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O ESTADO NA ECONOMIA GLOBALIZADA

No sistema capitalista, o Estado sempre desempenhou funções fundamentais à manutenção desse sistema: manter a lei e a ordem, preservar a propriedade privada, resolver conflitos entre grupos sociais e econômicos, defender as fronteiras do país, estabelecer e controlar as regras comerciais e econômicas, estabelecer relações políticas e comerciais com outros Estados. Com algumas variações de país para país, o Estado foi agregando uma série de outras funções, como vemos a seguir:

  • Instalação de empresas estatais, ligadas principalmente ao setor de infra-estrutura, como o siderúrgico e o petroquímico;
  • Construção e manutenção de equipamentos de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, viadutos, portos, aeroportos, usinas e redes de distribuição de energia elétrica etc.);
  • Participação acionária em empresas dos mais variados setores;
  • Investimento em educação, saúde, moradia e pesquisa;
  • Criação do sistema de aposentadorias, pensões e seguro-desemprego;
  • Controle da circulação da moeda;
  • Realização de empréstimos a juros baixos e isenção de impostos para determinados grupos econômicos ou sociais (subsídios);
  • Estabelecimento da taxa de juros, que serve de base para as atividades financeiras, inclusive as bancárias.

Na década de 1980. abriu-se uma nova discussão sobre o papel do Estado, por causa das crises econômico-financeiras existentes em vários países subdesenvolvidos e dos elevados déficits públicos de muitos países. Para os teóricos das organizações financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) e o governo dos EUA, a crise e a nova economia globalizada exigiam um Estado que não interferisse no livre comércio, facilitasse a atuação das grandes empresas, cobrasse menos impostos e reduzisse seus gastos, inclusive nos setores sociais (saúde, educação, moradia, previdência). Essas idéias e propostas foram chamadas de NEOLIBERAIS.

O Estado, na concepção neoliberal, deve intervir pouco na economia, procurando eliminar barreiras ao comércio internacional, atrair investimentos estrangeiros,privatizar empresas públicas, manter o equilíbrio fiscal (diferença entre arrecadação de impostos e gastos) e controlar a inflação. Para os neoliberais, não é papel do Estado extrair petróleo ou minérios, administrar refinarias e siderúrgicas nem participar de qualquer outro tipo de atividade econômica. Cabe ao Estado estimular a pesquisa tecnológica para apoiar a iniciativa privada, assegurar a estabilidade econômica e facilitar o livre funcionamento do mercado. A produção de mercadorias é papel das empresas particulares.

CHINA: “A ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”

A China é hoje um país com dois sistemas econômicos amalgamados por um único sistema político, a ditadura de partido único, que ainda persiste. Os próprios dirigentes chineses definem seu país como uma economia “socialista de mercado”. Que “bicho” é esse? A China é a economia que, ao longo dos anos 90, mais tem crescido no mundo, enquanto a União Soviética, seu modelo inicial, desapareceu. O país já é uma das maiores economias do planeta e cada vez mais o mercado mundial é invadido por produtos made in China. Para entendermos esses fatos, vamos fazer um retrospecto da história do dragão do século XXI.

Apesar da proclamação da República, o país continuou mergulhado no caos político, econômico e social. O poder permanecia fragmentado. Muitas regiões estavam sob o controle de lideranças locais. Pequim controlava apenas uma pequena parte do país e mantinham-se os laços de dependência com as potências estrangeiras.

Foi por essa época que surgiu uma incipiente industrialização, coma a chegada de capitais estrangeiros interessados em aproveitar-se da mão-de-obra muito barata e da abundância de matérias-primas. Começaram a ser instaladas algumas fábricas nas principais cidades do país, com destaque para Xangai. Uma industrialização dependente prosperava muito lentamente na China, que continuava um país de camponeses dominado por estrangeiros. Com a invasão japonesa e a guerra civil, esse incipiente processo de industrialização foi abortado. Já na Primeira Guerra Mundial os japoneses juntaram-se às potências ocidentais e ocuparam a região de Shantung, no nordeste do território chinês.

Entre a intelectualidade chinesa, desiludida com a ideologia liberal e diante da impossibilidade de desenvolvimento dentro de um modelo capitalista dependente, ganharam força as idéias revolucionárias. Além de receber influência da Revolução Russa, essas idéias juntavam-se agora aos sentimentos nacionalista e anticolonial que fez surgir, em 1921, o Partido Comunista Chinês (PCC), tendo como um dos fundadores Mão Tse-Tung, seu futuro líder.

Em 1925, o Kuomintang (Partido Nacional Chinês) passa a ser controlado por Chiang Kai-Shek. Depois de uma breve convivência pacífica, em 1927 o governo nacionalista colocou o PCC na ilegalidade, iniciando uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas que se estenderia, com breves interrupções para combater os japoneses, até o fim da década de 40. Depois de unificar o país, em 1928, Chiang Kai-Shek passou a liderar o Governo Nacional da China com mão de ferro.

Em 1937, os japoneses declararam guerra total contra a China, atacando-a maciçamente. Chegaram a ocupar, próximo do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, pewrto de dois terços do território chinês. Todas as cidades mais importantes do país estavam sob seu controle. Somente nesse curto período de tempo houve um apaziguamento entre comunistas e nacionalistas, empenhados em derrotar os invasores japoneses. Assim, bastou o Japão assinar a sua rendição na Segunda Guerra Mundial para que a guerra civil na China se agravasse seriamente, caminhando para um desfecho definitivo. Depois de 22 anos de guerra civil, com breves interrupções, os comunistas do Exército de Libertação Popular, liderados por Mão Tse-tung, finalmente saíram vitoriosos. Em outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China. O país foi unificado sob o controle dos comunistas, comandados por Mão, então secretário-geral do PCC. Surgia então a China Comunista. Os nacionalistas, comandados por Chiang Kai-Shek, ao se refugiarem na ilha de Formosa, fundaram a República da China Nacionalista, também conhecida como Taiwan.

A CHINA COMUNISTA

A Revolução Chinesa de 1949 foi um grande divisor de águas na história do país, e isso já ficara evidente quando Mão Tse-tung, em discurso feito durante a proclamação da República, afirmou para uma multidão em Pequim: “O povo chinês se levantou (...); ninguém nos insultará novamente”.

Pelo menos no início, até mesmo por falta de opção, a China revolucionária seguiu o modelo político-econômico vigente na extinta União Soviética. Politicamente, com base na ideologia marxista-lininista, implantou-se um regime político centralizado sob o controle do Partido Comunista Chinês, cujo líder máximo era o secretário-geral, Mão Tse-tung. Economicamente, como resultado da coletivização das terras, implantaram-se gradativamente as comunas populares, que seguiam em linhas gerais, o modelo dos KOLKHOZES (Cooperativa agrícola da extinta União Soviética em que o Estado confiou parte das suas terras aos seus membros, com usufruto perpétuo e gratuito, o que os tornava co-proprietários) soviéticoa. O Estado passou a controlar também todas as fábricas e recursos naturais. No entanto, é interessante lembrar que a Revolução Chinesa, diferentemente da Revolução Russa, foi essencialmente camponesa.

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

A China ao seguir o modelo soviético, passa a priorizar investimentos nas indústrias de base, na indústria bélica e em obras de infra-estrutura que sustentassem o processo de industrialização, e o campo?? Apesar de dispor de numoerosa mão-de-obra, de abundantes recursos minerais e fósseis, a industrialização chinesa mostrou-se um grande fracasso, desarticulando totalmente a economia industrial e agrícola do país.

A industrialização chinesa acabou padecendo dos mesmos males do modelo soviético: baixa produtividade, produção insuficiente, baixa qualidade, concentração de capitais no setor armamentista, burocratização, etc.

Além disso, a Revolução Cultural maoísta (1966-1976) acabou por agravar a crise econômica, gerando um verdadeiro caos político. Consistia em um esforço de transformação ideológica contra quem estava questionando seus métodos, além de isolamento econômico em relação ao exterior.

As divergências e as desconfianças entre os líderes dos dois principais países socialistas aumentavam cada vez mais. A China desenvolve bombas nucleares, e a União Soviética não admitia perder a hegemonia nuclear no bloco socialista. Elas rompem seus acordos, e a URSS retira todos os seus assessores e técnicos da China, além de não mais apoiar a China. Esse período foi interessante, pois aproximou a China dos EUA, e Richard Nixon, em 1972, convida a China para participar na ONU, em substituição à Taiwan, tornando-se membro permanente do Conselho de Segurança da entidade.

Em 1979, Mão,falece.Foi substituído por Deng Xiaoping. Com a crítica à Revolução Cultural, os novos donos do poder iniciaram um processo de DESMAOIZAÇÂO na China. Uma nova revolução estava por acontecer!!

A “ECONOMIA SOCIALISTA DE MERCADO”

O gigante chinês, depois de viver décadas em estado de letargia, à margem do explosivo crescimento econômico de seus vizinhos – os Tigres Asiáticos_, resolveu finalmente acordar. Sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se, a aprtir de 1978, um proceso de regprma econômica no campo e na cidade, paralelamente à abertura da economia chinesa ao exterior. A China buscava segundo Deng: “ integrar a verdade universal do marxismo com a realidade concreta de nosso país(...) e construir um socialismo com peculiaridades chinesas”? Trata-se, na verdade, de uma tentativa de conciliar o processo de abertura econômica ( o estímulo à iniciativa privada, ao capital estrangeiro, à modernização do país) com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de partido único.

Para um país com uma população com mais de um bilhão de habitantes, e aproximadamente 70% camponesa, é natural que as reformas se iniciassem pela agricultura. Foram extintas as comunas popularese, embora a terra continuasse peretencendo ao Estado, cada família poderia cultivá-la como desejasse. Depois de entregar uma parte ao Estado, poderia vender no mercado o restante.

A reforma na agricultura provocou a disseminação da iniciativa privada e do trabalho assalariado no campo, levando a um aumento da renda dos agricultores, inclusive com o surgimento de uma camada de camponeses ricos. Houve também uma expansão do mercado interno, como conseqüente estímulo à economia como um todo.

A partir de 1982, iniciou-se efetivamente o processo de abertura no setor industrial. As indústrias estatais tiveram que se enquadrar à realidade e foram incentivadas a adequar-se aos novos tempos, melhorando a qualidade de seus produtos, abaixando seus preços e ficando atentas à demanda do mercado. Além disso, o governo permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas mistas (joint ventures), atraindo o capital estrangeiro.

A grande virada, porém, veio mesmo com a abertura das ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS em várias provinciais litorâneas. O objetivo fundamental dessas zonas econômicas, espécie e enclaves capitalistas dentro da China, era atrair empresas estrangeiras, que trariam, além de capitais, tecnologia e experiência de gestão empresarial, que faltavam aos chineses.

Como resultado disso tudo, a economia da China cresce a uma taxa média de 9% ao ano. Com certeza, uma das taxas mais altas do mundo.

No plano da economia, a China está seguindo, em linhas gerais, os passos dos Tigres. Aliás, é interessante lembrar que, com exceção da Coréia do Sul, as populações de Taiwan, Hong Kong e Cingapura são compostas basicamente por chineses, o que favorece o fluxo de capitais, informações, pessoas e de uma “cultura capitalista”. Aí está, portanto, a face “tigre” da China, nas zonas econômicas especiais.

O “MILAGRE CHINÊS”

Além da liberalização econômica, o fator fundamental que está atraindo vultosos capitais para a China, notadamente para as ZEEs, é o baixíssimo custo de uma mão-de-obra muito disciplinada e trabalhadora. Aliás, esse é o grande fator de competitividade da indústria chinesa no momento. Nesse sentido, ela está no mesmo patamar dos Tigres há mais ou menos vinte anos. O salário mínimo na China é de 25 dólares por uma jornada de trabalho de 12 horas diárias.

Uma outra face desse “milagre” é o aprofundamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado o aumento das migrações internas, apesar das restrições do governo central.

Assim, com base em uma profunda abertura econômica e nos baixos salários, o MADE IN CHINA invadiu o mundo. No entanto, cada vez mais levantam-se restrições ao país, que constantemente é acusado (até pelo Brasil) da prática de “DUMPING SOCIAL”, ou seja, vende produtos muito baratos, já que superexplora a mão-de-obra, fazendo uma concorrência desleal.

Como conseqüência desse verdadeiro BOOM industrial, a China tem, atualmente, um parque industrial bastante diversificado. No entanto, tem apresentado um crescimento bastante desigual não só territorial, mas também setorialmente.