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domingo, 2 de novembro de 2008

ANGOLA E MOÇAMBIQUE

Também na chamada África portuguesa - Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - as lutas pela independência revelaram-se sangrentas. Moçambique e Angola, por exemplo, libertaram-se após violentas guerras contra Portugal, em 1975.
Em Angola, o movimento anticolonial assumiu contornos especiais em razão do contexto da Guerra Fria. Os grupos angolenses e orientação marxista procuraram apoio junto a países como Cuba e União Soviética, enquanto grupos liberais buscaram ajuda norte-americana.
Diferentes grupos políticos passaram a lutar pelo poder no país. A guerra civil ganhou força, especialmente por que os Estados Unidos não tinham interesse na instalação de regimes socialistas na África. Por outro lado, o bloco socialista também via no conflito uma oportunidade de fortalecer o seu bloco, caso Angola passasse a integrá-lo.
O trágico saldo da guerra civil de mais de duas décadas é um país arrasado em toda a sua infra-estrutura, afetado por doenças que matam centenas de pessoas por dia e que se tornou o detentor do maior percentual mundial de pessoas mutiladas por minas terrestres.
Além de causar mutilações, as minas dificultam extremamente a prática da agricultura. Consequentemente, Angola é um dos países mais pobres do mundo, em que cerca de 60% da população é analfabeta.
O caso de Moçambique, outra ex-colônia portuguesa, não difere muito do angolano. Em 1975, Moçambique conseguiu a independência com um grupo de orientação marxista. Moçambique enfrentaria problemas parecidos com os de Angola, ou seja, ali também os conflitos giraram em torno da divisão entre SOCIALISTAS e CAPITALISTAS.
MUDANÇAS......
O início do século XXI mantém as marcas do final do século anterior: AS GUERRAS. Os principais conflitos do continente africano ocorrem no Sudão, na Somália, no Burundi e no Congo. Embora esses permaneçam, alguns outros foram superados: em Moçambique, Serra Leoa, Etiópia e Eritréia foi possível estabelecer alguma estabilidade política; entretanto, não se sabe até quando.
As elites africanas, nos últimos anos, chgaram finalmente (ou pelo menos parecem estar chegando) à conclusão de que a permanência de conflitos no continente impede qualquer tentativa mais efetiva de modernização econômica e social.
A comunidade internacional também tem dado mostras de maior interesse em colaborar para que os povos africanos possam superar seus profundos problemas. Mas a tarefa é enorme: os investimentos dos países ricos só ocorrerão dentro de um quadro de paz e estabilidade, o que o continente não conheceu no último século; é preciso passar dos discursos às ações.

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