O risco-país é o índice que mede a desconfiança do investidor na economia brasileira . O nome completo do indicador é Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+). Ele foi criado pelo banco JP Morgan para medir o grau de perigo que cada país representa para o investidor. Mede apenas países emergentes.
A função do risco-país é orientar o investidor. No mundo globalizado, é possível aplicar dinheiro em qualquer país do mundo. Um americano pode investir na África, um brasileiro na Rússia, ou um africano na China. Com tantas opções, como decidir o que fazer? Para isso serve o risco-país: ele mede o quanto o investidor deveria ganhar a mais para compensar o risco de investir em determinado país.
O risco-país foi criado em 1992, pelo banco JP Morgan. Nos anos 90, alguns países emergentes começaram a ser possibilidades de investimento e, para o investidor, era difícil avaliar quais eram as opções menos “perigosas” do mercado global. Nesse cenário, o risco-país foi criado para servir como medida e tornar possível a comparação entre os países.
Quanto menor o risco, maior a capacidade do país para atrair investidores. Se um país tiver o risco alto e quiser atrair investimentos, ele tem que aumentar sua taxa de juros para, mesmo com o elevado grau de incerteza, ainda ser uma opção atraente para o investidor.
Para medir o risco-país, o JP Morgan acompanha uma série de indicadores econômicos e sociais dos países emergentes, tais como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, entre outros. Para padronizar a informação, foi criada uma pontuação. Os títulos do tesouro dos EUA, considerados os mais seguros do mundo pelo mercado financeiro, foram adotados como referência para “risco zero”: cada 100 pontos no risco representam 1% que os títulos de determinado país deveriam render a mais que o dos EUA para valer a pena. Cada 100 pontos, contabiliza 1% de ganho.
Com o crescimento da economia mundial, existe muito dinheiro circulando no mundo. O volume é tão grande que acaba sobrando recursos para diversas opções de investimento, inclusive para os países emergentes. “As condições externas estão favoráveis, existe muita liquidez internacional”, diz a pesquisadora do Centro de Estudo das Relações Internacionais da Unicamp, Carla Corte. A solidez da economia brasileira também ajuda. “O mercado viu que no segundo mandato do presidente Lula não houve mudanças na lógica de funcionamento, que ele está se comportando ‘bem’ em relação ao Evo Morales e ao Hugo Chavez. É um comportamento estável, é natural que eles reduzam o risco”, diz.
Quando um país apresenta um risco-país baixo, como em cerca de 100 pontos para os emergentes, abre portas para investimentos mais sólidos e para empréstimos mais baratos para o governo. Com risco baixo e economia em ordem, o Brasil pode chegar a ser recomendado como investimento seguro, ou “investment grade”. Alguns analistas esperam que isso aconteça já em 2007. Para a pesquisadora Carla Corte, o país não deve receber a classificação antes de 2008. Ela aponta alguns benefícios que poderiam acontecer se o Brasil fosse um investimento com menos riscos: - Bancos estrangeiros entrariam na briga pelo mercado imobiliário do Brasil, o que resultaria em crédito mais barato. Isso seria um impulso para a construção civil, que movimentaria a economia com a geração de empregos; - o Brasil atrairia não só dinheiro especulativo pelo mercado financeiro – que é fácil de tirar do país em caso de turbulências - mas investimentos mais comprometidos, como na indústria; - empresas que estão se mudando para países como China e Índia na tentativa de cortar custos poderiam optar em vir para o Brasil, trazendo dinheiro, tecnologia e empregos.
Acabou o horário de verão!!
Há 14 anos
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